Acidente fatal levanta questões sobre carros autônomos

Morte de uma pessoa a bordo de um Tesla Model S mostra que ainda é necessário avançar em vários pontos
Tesla Model S

Tesla Model S | Imagem: Divulgação

Uma das tecnologias mais promissoras para os veículos no médio e longo prazo, os sistemas de condução autônoma em conjunto com as novas formas de propulsão alternativa são dois dos principais temas que dominam a pauta entre as principais fabricantes do mundo.

Só que um sinal de alerta foi disparado na última sexta-feira (1º) quando um motorista a bordo de um Tesla Model S morreu a bordo do modelo quando o carro trafegava com o Autopilot, um sistema de condução autônoma oferecido nos carros da fabricante norte-americana.

Segundo relatos das autoridades responsáveis pela investigação, o Tesla conduzido por Joshua Brown colidiu contra um trailer parado na perpendicular com a via. De acordo com as investigações, a pintura branca do trailer e o fato do sol estar refletindo a composição no momento do acidente não tornou possível a identificação do mesmo tanto para os sistemas do carro quanto para o condutor. O Model S de Brown entrou embaixo do trailer, atingindo o teto do carro e tirando a vida do norte-americano. O acidente ocorreu em Williston, na Flórida.

A Tesla prontamente comunicou a agência reguladora dos transportes nos EUA, a NHTSA, e emitiu uma nota sobre o assunto. A fabricante destaca que esse foi o primeiro acidente fatal em mais de 130 milhões de milhas trafegadas pelos donos de Tesla com o Autopilot ativado, sendo que a Tesla ainda acrescenta que uma vez acionado, uma mensagem de alerta é exibida ao motorista informando que o recurso é um recurso auxiliar e o condutor deve permanecer com suas mãos no volante do carro. O sistema até mesmo chega a realizar algumas verificações para ver se o motorista está cumprindo a recomendação.

Uma parte do comunicado da Tesla, no entanto, chama a atenção. A empresa declara que o Autopilot “é uma tecnologia nova e ainda em uma fase de testes beta antes de ser ativada”. A declaração foi duramente criticada por especialistas como Eric Noble, presidente da empresa de consultoria automotiva CarLab. Segundo ele, “nenhuma fabricante com grande experiência permite que uma tecnologia desse tipo chegue às ruas nas mãos de consumidores sem testes mais aprofundados”. Outro que rebateu a declaração da Tesla foi Clarence Ditlow, do Center for Auto Safety: “se o Autopilot não reconhece um trailer, então a Tesla deve fazer um recall para os modelos com o sistema”.

A NHTSA anunciou que está realizando uma investigação preliminar sobre o acidente para então emitir sua opinião sobre o assunto. Vale destacar que não é a primeira vez que o Autopilot e até mesmo outros modelos com tencologia de condução autônoma, como o projeto do carro desenvolvido pelo Google, se envolvem em acidentes. Pelo visto ainda parece ser necessário evoluir muito nos sistemas de análise, em especial nos softwares e algoritmos dos sistemas de condução autônoma, para que os modelos entreguem um maior grau de segurança. Esse período de convivência e transição entre os veículos de condução convencional e os autônomos, que promete ser bem demorado, tende a registrar alguns percalços.

Confira abaixo um vídeo do próprio Joshua Brown mostrando o Autopilot em uso: