As inspirações para a Fiat Toro

Picape da Fiat estreia na próxima semana com uma proposta inédita, mas não foi a primeira vez que vimos modelos assim por aí. Veja alguns casos
Ford Ranchero

Ford Ranchero | Imagem: Divulgação

Nos bastidores, Renault e Fiat travavam uma disputa acirrada sobre quem iria lançar primeiro sua picape nem tão pequena, nem tão média, que sem dúvida nenhuma inauguram um novo nicho nesse segmento. Eis que a marca francesa saiu na frente e sua Duster Oroch vendeu 3.274 unidades de setembro a dezembro de 2015, um número que não deixa de ser bom.

A partir da próxima semana é a vez da Fiat contra-atacar com a Toro, sua “SUP” ou Sport Utility Pick-up, que promete se destacar frente à rival ao oferecer opções de motor diesel, câmbio automático, tração 4x4 e o principal: conforto e dirigibilidade de um automóvel. Mas será que a história é assim? Será que Fiat Toro e Renault Duster Oroch são mesmo tão inovadoras? Uma olhadinha para o passado mostra que a dupla nacional está longe de ser tão original e o Autoo preparou um especial para você que conta essa história.

Acionando a máquina do tempo e voltando várias décadas para o passado, em 1957 surge aquela que é considerada a “mãe” de todas as picapes derivadas de carros de passeio: a Ford Ranchero. Produzida de 1957 a 1979 ele seguramente deixou sua marca na história. Com cabine simples, o Ranchero de destacava pelo motorzão 7.0 V8 de 365 cv.

Seu rival à época foi a Chevrolet El Camino, lançada em 1959 e de proposta bem semelhante. A primeira geração ficou em linha apenas dois anos, sendo que a segunda em 1964 com uma nova plataforma. Cheia de estilo, a El Camino foi uma estrela de cinema requisitada, figurando na série That 70s Show e nos filmes Velozes e Furiosos 4, A Morte pede Carona, dentre outros.

Partindo para os anos 2000, a japonesa Subaru, tradicional por seus modelos com tração integral e esportivos como o WRX STI, também deixou sua marca na categoria. Em 2002 a empresa surpreendeu ao lançar o Baja, um modelo de proposta bem semelhante ao que Oroch e Toro ambicionam entregar.

Utilizando como base o Legacy da época, a picape tinha 4,90 m de comprimento, tamanho semelhante ao da Toro, e contava com motor 2.5 turbo de 210 cv. A aceitação do Baja, contudo, ficou bem longe do que a Subaru projetava. A fabricante queria comercializar cerca de 24 mil unidades por ano, porém apenas 30 mil ganharam as ruas em quatro anos e meio de produção. Com isso, ela saiu de linha em 2006, mas deixou sua marca graças ao peculiar projeto.

Ainda usando carros de passeio como base, a australiana Holden obteve grande sucesso em seu mercado local com os “Utes”, uma abreviação para “utility” ou “coupé utility”. A admiração por esses modelos é tamanha que existem até mesmo alguns eventos no país que destacam a customização e preparação desses modelos, como o "Ute musters". A Holden, que é o braço da General Motors no país dos cangurus, utiliza como base o Commodore para a fabricação do Ute. O modelo nada mais é do que o nosso velho conhecido Omega, que deixou de ser importado ao país em 2012.

Modelos como o Holden Ute ostentam uma proposta bem mais esportiva, oferecendo apenas cabine simples e passando longe do uso como carro de trabalho, mas é dos Utes que podemos tirar uma lição para os projetos de Oroch e Toro: a importância do visual bem trabalhado (leia-se belo e arrojado) para conquistar clientes, em especial o público jovem. Atualmente o Holden Ute é oferecido na Austrália com motores 3.6 V6 e 6.2 V8. 

Por mais que Toro e Oroch façam bem aos olhos, há de chegar um dia em que você vai precisar levar uma mudança ou o piso para a reforma da casa e oferecer uma boa capacidade de carga torna-se crucial. Isso nos lembra de um modelo que conquistou seu espaço no Brasil, o Peugeot 504.

Com capacidade para transportar 1.300 kg na caçamba e motor 2.3 diesel, a picape da marca francesa foi comercializada por aqui entre 1992 e 1999 e se destacava por oferecer um conjunto bem mais parrudo que Volkswagen Saveiro e companhia. Como se não bastasse, a tração traseira também era um diferencial.

Força, estilo, conforto, capacidade de carga... os atributos comuns a Oroch e Toro já mostraram que fizeram sucesso no passado. A receita, adaptada ao século XXI, promete ser uma cartada de sucesso daqui para a frente. E essa nova história a gente vai contar para você a partir da próxima semana.