Audi A3 Sedan agora é brasileiro, para o bem e para o mal

Produzido no Paraná, sedã mais barato da marca teve pequena redução no preço, mas perdeu sofisticação

Audi A3 Sedan | Imagem: Divulgação

O ditado da jabuticaba (quando algo só existe no Brasil) persiste em aparecer de vez em quando no setor de automóveis. Com suas regras, burocracia e infraestrutura precária, nosso país acaba dando vida a produtos quase que exclusivos para o nosso consumidor. Se fosse um privilégio, ótimo, mas não é.

Ruas esburacadas, impostos injustos e um custo intricado acabam inviabilizando automóveis com as mesmas características de mercados mais desenvolvidos. A saída acaba sendo a pior possível para o cliente como é o caso do novo A3 Sedan, que a Audi passou a fabricar no país no mês passado.

O modelo europeu trazia o mesmo pacote vendido em outros mercados como transmissão de dupla embreagem e suspensão independente na traseira, mas agora que é feito aqui acabou sendo adaptado para a realidade brasileira.

Isso significa perder o câmbio S tronic, um diferencial da marca, com trocas velozes e eficientes, por uma transmissão automática comum. A suspensão traseira passou a ser de eixo de torção, que faz um carro balançar quando passa na diagonal numa valeta, por exemplo. E ela também ganhou mais 5 cm de altura para livrar o veículo das buraqueiras das ruas brasileiras.

Até mesmo a suposta vantagem de ter agora um motor turbo flex acaba sendo um ganho relativo. Com 150 cv e 25 kg de torque, ele é também mais econômico que antes, mas será que um cliente que paga mais de R$ 100 mil está tão preocupado em escolher o combustível? Ainda mais com o etanol artificialmente travado para não competir de forma desigual com a gasolina.

 
 
Audi A3 Sedan Audi A3 Sedan
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De olho no Corolla

As mudanças para transformar o A3 Sedan tem um objetivo claro: tornar o sedã mais fácil e barato de manter. A versão 1.4 flex, com isso, se aproxima do perfil do Toyota Corolla, o sedã médio mais vendido do mercado e que tem versões mais equipada com preços semelhante ao do Audi.

Com mecânica mais simples, o A3 pôde mudar seu cronograma de revisões, por exemplo. A primeira, que antes acontecia com apenas 7,5 mil km, agora passa a ser feita aos 10 mil km. Mais barato de manter, o câmbio Aisin impede que aconteçam problemas reclamados por donos do Golf VII, que escutam vários barulhos nos engates da transmissão de dupla embreagem.

Ainda um Audi

Mas, afinal, dirigir o A3 Sedan nacional é tão ruim como faz crer essas mudanças? Nem um pouco. O sedã continua prazeroso, com mecânica bem calibrada, como é comum em seus carros. A transmissão não tem a velocidade da S tronic, mas dá conta do recado. No curto test-drive, o comportamento da suspensão em curvas foi bastante agradável também.

As jabuticabas, no entanto, não acabaram. Na versão de entrada, Attraction, o cliente agora paga R$ 99.990, cerca de R$ 2 mil a menos que antes. Já a versão Ambiente custa R$ 109.990, também uma redução pequena no preço, apesar de ser fabricado no país.

Ou seja, investir numa linha nacional serve mais para gerar emprego do que tornar um carro mais acessível ao brasileiro. E se quiser optar por equipá-lo com algumas novidades como o ACC (que mantém o carro a uma distância constante do veículo e chegar a frear por completo na iminência de uma batida) e o Lane Assist (que gira o volante de volta para faixa em caso de mudança involuntária), o cliente da Audi pode chegar a desembolsar R$ 150 mil.

Sem nenhuma expectativa de surgirem leis mais simples e modernas e de ver ruas menos esburacadas tão cedo, resta ao brasileiro se conformar em ter um Audi só para ele, por bem e por mal.

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