Audi ignora crise e lidera no segmento de luxo no Brasil

Marca alemã lançará A3 Sedan nacional com motor 1.4 flex em novembro e quer vender 10 mil unidades em 2016

Novo Audi A4 está ainda maior | Imagem: Audi

Em agosto, a Audi comemorou 1,9 mil unidades emplacadas, um recorde de vendas e o maior volume da história da marca de luxo, que também lidera esse segmento em 2015. Parece estatística de qualquer país menos o Brasil, mas o resultado veio mesmo do nosso mercado.

Desconhecendo a palavra crise, a Audi agora se prepara para voltar a produzir carros no país: em outubro a fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, retoma a fabricação do A3, agora na versão sedã e não hatchback e começa a vende-lo em novembro. Ele e o Q3 (seu primo SUV que será produzido no Brasil em 2016) devem ampliar ainda mais suas vendas que podem chegar a 16 mil carros este ano.

Nesta terça-feira, abertura do Salão de Frankfurt, o maior do mundo em área e carros expostos, o presidente da marca no Brasil, Jörg Hofmann deu mais detalhes sobre a chegada do A3 Sedan.

O modelo usará um inédito motor 1.4 flex com 150 cv, bem mais potente que o vendido atualmente. O sedã também terá uma versão mais potente, com motor 2.0 de 220 cv no lugar do 1.8 litro. E novos opcionais passarão a ser disponíveis como câmera de ré e assistente de faixa contínua, entre outros.

“Nós queremos produzir mais de mil A3 Sedan ainda em 2015. No ano que vem, a meta é chegar a mais de 10 mil unidades desse modelo, além do início da produção do Q3 nacional”, revelou o presidente da marca.

Além dos dois carros nacionais (cujo índice de nacionalização é guardado a sete chaves), a Audi quer ampliar a venda dos veículos importados. “Vamos vender toda a linha da Audi no Brasil, incluindo modelos mais luxuosos e esportivos”, garante Hofmann.

Na frente de Mercedes e BMW

Uma das próximas novidades é o A4, modelo logo acima do A3 e que teve sua nova geração apresentada em Frankfurt. O carro está maior e mais sofisticado e por isso o executivo acredita que conseguirá se diferenciar dos rivais tradicionais BMW Série 3, já em produção no Brasil, e Classe C, da Mercedes-Benz, que entrará em linha de montagem em 2016.

A ideia, segundo Hoffmann, é colocar os dois concorrentes no meio do A3 Sedan e do A4, mas ele reconhece que o irmão maior terá uma missão difícil.

Outro carro que deve ganhar volume no Brasil é o SUV Q5 que passará a ser produzido no México pela primeira vez. O modelo passará a ser importado de lá no ano que vem e se beneficiará das cotas de isenção de impostos.

O avanço da marca em território brasileiro impressiona. Em apenas dois anos, a Audi quadruplicou suas vendas no país, um sucesso que não se repetia desde os tempos em que a marca de luxo era representada pela família Senna. Nesse meio tempo, vários presidentes e estratégias diferentes acabaram distanciando o público e os concessionários, mas não há dúvida que a Audi reencontrou seu caminho e hoje pode comemorar o fato de bater Mercedes e BMW também no Brasil.