Duster Oroch aposta no custo-benefício

Com a chegada da Fiat Toro, picape da Renault foca em preço mais acessível
Renault Oroch 2016

Renault Oroch 2016 | Imagem: Divulgação

A Renault conseguiu alguns meses de folga entre o fim de 2015 e o Carnaval deste ano para trabalhar os dotes da Duster Oroch, modelo que inaugurou o segmento das picapes intermediárias, nem tão compactas como a Volkswagen Saveiro e nem tão grandes como Toyota Hilux e cia. Só que daqui para a frente, com a chegada da Fiat Toro nas lojas, o cenário passa a ser bem diferente.

Enquanto a Renault segura o lançamento das versões automática e 4x4 da Oroch, a única diferença significativa entre as opções da picape oferecida nas concessionárias diz respeito a motorização, que pode ser 1.6 ou 2.0. O AUTOO passou uma semana a bordo da versão Dynamique 1.6, a mais equipada da linha, para saber o que ela entrega por R$ 68.400 (sem opcionais).

Uma voltinha por fora

Não dá para negar que a equipe de design da Renault fez um excelente trabalho ao desenvolver a Oroch a partir do Duster. A picape, assim como a Fiat Toro, tem no design robusto e de proporções corretas, um grande atributo para cativar consumidores de vários segmentos. Na parte traseira da Oroch, destaque para as lanternas generosas, que ajudam a conferir esse ar mais parrudo ao modelo.

Na Oroch que você confere nas fotos, o pacote opcional Outsider faz uma boa diferença e é praticamente a única coisa que você poderá gastar a mais com na versão Dynamique 1.6. O kit custa R$ 3.190 e acrescenta o protetor frontal no para-choque com farois auxiliares, grade no vidro traseiro, acabamento plástico nos para-lamas e a importantíssima capota marítima. Aliás, por se tratar de uma picape voltada para o lazer, é uma falha que algo tão fundamental como a capota marítima não saia de fábrica em todas as unidades.

Fora isso, a Oroch Dynamique 1.6 agrada pela lista de equipamentos de série, incluindo a central multimídia com navegador, alarme, volante revestido de couro, computador de bordo, piloto automático e um fundamental sensor de estacionamento, algo importante em um carro com 4,70 m de comprimento.

Só que na primeira passada de olhos por dentro da Oroch, logo já aparecem os mesmos problemas do irmão Duster. A ergonomia falha, com comandos mal posicionados como o botão para regulagem dos espelhos retrovisores; os bancos que não oferecem um bom apoio para o corpo e até a posição de dirigir não muito favorável. Se ao menos houvesse regulagem de profundidade para o volante seria mais fácil se acomodar para dirigir a Oroch. Problemas que só deverão ser sanados na próxima geração da dupla Oroch e Duster.

Ao menos um item bem interessante da Oroch Dynamique é o regulador de velocidade. Com ele, basta programar uma velocidade que a central eletrônica do motor (ECU) não deixa a carro ir além. Algo muito útil em uma cidade como São Paulo, por exemplo, onde várias vias expressas tiveram o limite de velocidade reduzido.

 

 

Renault Duster Oroch Dynamique 1.6 16V

  • Resumo

    Preço

    De R$ 68.400

    Categoria

    Picape compacta-média

    Rivais

    Fiat Toro

    Vendas em 2015

    3.274

  • Mecânica

    Motor

    1.6 16V

    Potência

    115 cv a 5.750 rpm (E)

    Torque

    15,9 kgfm a 3.750 rpm (E)

    Transmissão

    Manual, 5 marchas

  • Dimensões

    Medidas

    4,69 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,69 m de altura e 2,82 m de entreeixos

    Peso

    1.292 kg

    Caçamba

    683 litros

 

 

Acelerando, mas nem tanto assim...

Acelerar ou andar rápido não é o forte da Oroch com motor 1.6. É nítido como a picape, em especial quando carregada, sofre em algumas subidas. Você terá que trabalhar bem as 5 marchas do câmbio manual para deixar o motor sempre “cheio” caso queira mais desempenho da Oroch. Logo, se você pretende usar todo o espaço da caçamba e vai levar até quatro adultos na cabine, é melhor optar pela Oroch 2.0.

Os números de desempenho fornecidos pela Renault parecem bem fiéis à realidade e nos dão a comprovação do que foi dito acima. Enquanto a Oroch 1.6 precisa de lentos 13,2 segundos para atingir 100 km/h com etanol, o número cai para aceitáveis 10 segundos quando a picape está com o propulsor 2.0 sob o capô.

Na cidade ou na estrada, a Oroch é um carro agradável de ser conduzido. Em relação às picapes médias ela é muito mais prática. Ao contrário do que acontece quando você está ao volante de uma Toyota Hilux, em que é necessário medir os espaços por onde você vai trafegar e é sempre bom não abusar nas curvas, a Oroch é praticamente um carro de passeio. Seu comportamento é neutro e a suspensão traseira independente ajuda não só na parte dinâmica como também no conforto. Esqueça os sacolejos da boa e velha estrutura de chassi e feixe de molas, a receita consagrada entre as picapes de porte superior. A vida na Oroch é bem mais fácil.

Um recurso bem legal da Oroch é a função Eco-Mode, acionada por um botão na parte inferior do console central. Ele muda as respostas do acelerador, deixando-as mais suaves e progressivas, o que ajuda, de acordo com a Renault, a reduzir o consumo em cerca de 10%. Mesmo assim, os números da Oroch nesse quesito não são nada bons. Segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, a picape registrou parciais de 6,6 km/l na cidade e apenas 7,5 km/l na estrada utilizando etanol.

 
 
Renault Oroch 2016
 
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Renault Oroch 2016
Renault Oroch 2016
 
 

Levando família e amigos

Por dentro, assim como ocorre no Duster, o espaço é muito bom, mas, apesar do que a Renault estampa em suas campanhas publicitárias, o espaço no banco traseiro é bom mesmo para dois adultos. Uma criança até que se acomoda com conforto, mas colocar três marmanjos com mais de 1,80 m será uma tarefa difícil.

Mesmo assim, ao subir os olhos para o retrovisor interno e olhar a caçamba, você vai se surpreender com o que é possível distribuir nos 683 litros (ou 650 kg) que o compartimento oferece. Esse é um dos pontos altos de modelos como a Oroch e a Fiat Toro. Para os amantes de uma vida mais ativa, transportar uma bicicleta ou outros objetos de maior tamanho fica bem mais simples do que em qualquer outro modelo. Isso sem falar na possibilidade de acomodar com folga algumas cargas maiores, como um vaso, por exemplo. Nessa tarefa, os 8 pontos de fixação distribuídos na caçamba ajudam a dar mais segurança ao transporte.

Para quem quer mais, a Renault comercializa um extensor da caçamba que acrescenta 300 litros e cria uma diagonal de 2 metros, o suficiente para acomodar uma moto sem problemas.

O acabamento da cabine é bom, sendo que o volante revestido em couro e a tela da central multimídia presente na versão Dynamique conferem um toque mais refinado ao habitáculo, o que é bom, mas não compensam os defeitos herdados do Duster que citamos no começo do texto.

A chegada da Fiat Toro vai representar um belo baque para a Renault Duster Oroch, em especial nas versões com motor 1.6. Ela padece com o desempenho e consumo aquém das expectativas e, ao mesmo tempo, seu projeto já dá sinais de que precisa evoluir, em especial se a comparamos com a rival recém-chegada. Seu argumento será o preço mais baixo dentro do segmento que acaba de ser criado no Brasil, mas isso vai ser suficiente para mantê-la competitiva frente a Toro? Os próximos números de venda vão nos dizer daqui para frente.  

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