Karma, uma lição para as grandes marcas

Como uma pequena empresa conseguiu construir um sedã de luxo ecológico, híbrido e de bom desempenho

Fisker Karma | Imagem: Fisker

Nos discursos que fizeram no congresso norte-americano, os presidentes das três grandes montadoras do país – Ford, GM e Chrysler – alegaram de tudo: crise financeira, concorrência, problemas com a legislação local, etc. Mas o fato é que mais que problemas externos, o que faltou a eles foi foco e criatividade. Isso fica claro quando se conhece um projeto como o Karma, da Fisker, cuja versão de produção foi apresentada em Detroit nesta semana.

Detalhe: a Fisker é uma empresa dos Estados Unidos, de propriedade de um projetista que desenhou modelos como o BMW Z8 e o Aston Martin DB9, entre outros. Nascida em setembro de 2007, a nova marca de automóveis foi criada para oferecer veículos com design atraente, mas ecologicamente corretos, muito antes das atuais promessas dos gigantes de Detroit. O primeiro produto da companhia é o Karma, nome mais que apropriada para um carro que pode virar uma dor de cabeça para GM, Ford e Chrysler.

Sem derivados do petróleo
O Karma é um sedã/cupê de luxo de design surpreendentemente belo. No entanto, isso é pouco se comparado ao fato de ele não usar nenhuma peça de plástico derivado do petróleo. Os detalhes em madeira provem de árvores sem vida, como as que sobram de incêndios florestais e os vidros do modelo são recicláveis.

Os ocupantes do Karma, ao ligarem o ar-condicionado, estão buscando energia dos paineis solares instalados no teto do carro. Por fala em energia, o sedã utiliza um sistema híbrido de tração, que reúne um motor elétrico alimentado por baterias de lítio e um motor 2.0 Ecotec, responsável por gerar eletricidade em situações de grande demanda.

A autonomia é de 80 km sem necessidade de acionar o motor a gasolina, e de 480 km em caso de haver necessidade de eletricidade extra. Aliás, a média de consumo é de apenas 40 km/l. Para completar, o Fisker Karma usa o sistema KERS, novidade da Fórmula 1 este ano, que recupera parte da energia gerada pelos freios.

Com preço de US$ 87 900 nos Estados Unidos, o Karma estará presente em 40 concessionárias até o final de 2009 e a produção deve atingir 15 mil unidades por ano, que chegarão às ruas enquanto as promessas dos grandes de Detroit estarão ainda nas telas dos computadores