Obama anuncia: "Chrysler pedirá concordata"

Montadora não chegou a acordo com os credores, anunciou a Casa Branca. Parceria com a Fiat foi confirmada

Obama "abençoa" a parceria da Chrysler e da Fiat | Imagem: Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos Barack Obama anunciou o que o mercado já esperava. A Chrysler entrará com pedido de concordata ainda nesta quinta-feira após não ter conseguido um acordo com seus pequenos credores – os grandes já haviam aceitado os termos de uma negociação para evitar a medida.

Obama também confirmou que a Fiat e a Chrysler fecharam uma parceria em que a montadora italiana injetará dinheiro na sua colega norte-americana (veja detalhes do plano abaixo).

O presidente norte-americano disse acreditar que a concordata será “rápida” e “controlada” a fim de dar fôlego a empresa para se recuperar. A concordata nos Estados Unidos é chamada de “Chapter 11” por tratar-se do 11º capítulo da constituição. E é equivalente a nossa recuperação judicial, em que o devedor negocia perante um juiz seus débitos em condições mais favoráveis.

Ou seja, não é falência da Chrysler, como foi divulgado em alguns veículos. Obama aposta que a empresa sairá mais forte do episódio e justificou a estratégia para evitar milhares de demissões.

“Nova e vibrante empresa”

O comunicado da Chrysler diz que ela e a Fiat criarão uma “nova e vibrante empresa” e que motores e componentes da empresa italiana “serão produzidos em fábricas da Chrysler”.

Segundo o texto, as conversas com a Fiat já existiam há mais de um ano, buscando fortalecê-las no mercado mundial. Não está claro, mas o texto dá entender que a Fiat estaria comprando parte das ações da nova empresa e deve assumir o controle do grupo que surgir. Bob Nardelli, o atual presidente da empresa, disse que sairá assim que esse processo de fusão e de concordata for definido. Isso abre espaço para que Sergio Marchionne, seu equivalente na Fiat, assuma a gestão de todo o grupo.

A Fiat terá 20% da nova companhia e terá direito a mais 15% de uma maneira inusitada. 5% virão por oferecer uma plataforma de carro econômico para a Chrysler, mais 5% com uma família de motores modernos e os últimos 5% ao permitir que a Chrysler use sua estrutura de distribuição mundial. E a Fiat só poderá assumir a maior parte das ações assim que o governo dos EUA recuperar o dinheiro investido.