Salão de Los Angeles abre suas portas

Evento americano simboliza o renascimento da indústria local e a preocupação com os veículos mais econômicos

Estande da Ford mostra o otimismo | Imagem: Ford

Nada do frio e da decadência de Detroit, berço das três montadoras americanas, o símbolo da retomada do maior mercado automobilístico do mundo é a ensolarada e rica Califórnia. O Salão de Los Angeles torna-se o palco preferido das principais marcas mundiais por seu símbolo de modernidade e ecologia.

O estado governado pelo ex-ator e fisiculturista Arnold Schwarzenegger sempre foi pioneiro na preocupação ambiental e agora passou a ser também referência das novas marcas de automóveis de elétricos e híbridos, a nova fronteira da indústria. Lá estão a Tesla e a Fisker, as duas empresas mais admiradas dessa nova fase.

A edição deste ano não poderia ser mais simbólica. Depois de quase quebrarem, as montadoras dos Estados Unidos voltaram a apresentar novidades já com a nova mentalidade de oferecer veículos menores, mais econômicos e frugais.

A GM, por exemplo, além de continuar o périplo do Volt, seu modelo elétrico dito revolucionário, trouxe para o público o Cruze, um sedã que em outros tempos seria uma ofensa. Desenhado na Coréia do Sul, ele não traz motor V6, apenas os de quatro cilindros comuns no resto do mundo e pior, um deles tem apenas 1.4 litro. Mas agora é a esperança da Chevrolet em bater os japoneses Corolla e Civic.

A Ford desceu mais ainda o patamar. Sua grande estrela é novo Fiesta, uma versão local com visual mais agressivo do compacto vendido na Europa e que também chegará ao Brasil em 2011. A marca não oferecia um subcompacto (para eles) nos Estados Unidos há mais de uma década. O Fiesta terá versões hatch e sedã e começa a ser vendido em julho de 2010. Sua produção será feita no México e não pensem que terá interior simples. Para atrair os norte-americanos, ele virá com transmissão automática de dupla embreagem e sistema de entretenimento sofisticado.

Coreanos chegam com força

Enquanto as montadoras locais tentam reagir, os estrangeiros continuam a pressionar, sobretudo os coreanos. A Hyundai, por exemplo, levou para o evento o novo Sonata, um sedã de linhas ousadas e porte para brigar com Camry, Accord e Fusion, seus rivais mais próximos. Além disso, está lá o novo Tucson, também conhecido como ix35, crossover que tem tudo para superar o desempenho do seu antecessor.

A Honda levou para Los Angeles o Accord Crosstour, um desses veículos curiosos que misturam estilos até então incompatíveis. Apesar do nome familiar, o Crosstour tem formato de cupê e perua ao mesmo tempo. Sua eterna competidora, a Toyota, optou por mostrar o LFA, um esportivo com apetite para encarar Ferraris e Lamborghinis.

Eletricidade em alta

Mas é claro que a onda de carros ecológicos não poderia deixar de ser a principal atração. Além das presenças já conhecidas do Volt, do Prius e do Leaf, da Nissan, a Volkswagen trouxe o inédito Up Lite, uma versão perua do compacto up! mostrado em outros salões. Com a mesma eficiência aerodinâmica, o conceito consegue transportar mais bagagem e pode ampliar esse compartimento com bancos rebatíveis. Ele é um híbrido que mescla energia elétrica com propulsão a diesel. Uma das suas curiosidades é uma grade frontal retrátil que se abre caso o motor precise de refrigeração maior.

Ainda atarefada com as mudanças planejadas pela Fiat, sua nova proprietária, a Chrysler teve uma presença apagada em Los Angeles. O grande destaque é praticamente um sinal do fim de uma era, o Dodge Viper ACR 1:33, uma versão comemorativa do beberrão esportivo cuja morte foi decretada para o ano que vem. Os americanos já não são mais os mesmos.

Imagens da galeria: cortesia BenzInsider.com