Chinesa BYD quer produzir ônibus e carros elétricos no Brasil
Marca, que ensaiou sua chegada ao país, agora pretende investir numa linha produção no Estado de São Paulo
Uma das maiores montadoras chinesas, a BYD, anunciou que pretende investir numa fábrica de veículos no Estado de São Paulo. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Stella K. Li, presidente mundial da marca, afirmou que a BYD montará ônibus elétricos a partir de 2015 no País.
A fabricante é conhecida pelos investimentos em veículos elétricos e é parte de um grupo que produz a maior parte das baterias de íons de lítio no mundo, usadas em celulares e outros equipamentos.
Mesmo sem incentivos do governo, a BYD diz que montará também um automóvel, o BYD e6, numa segunda etapa. Segundo ela, o crossover pode rodar 300 km com uma recarga de 2 horas. No caso do ônibus, a marca aposta no custo similar ao de um modelo movido a diesel e na autonomia de 250 km após 5 horas de recarga – alguns exemplares, inclusive, já estão em testes no Rio e em São Paulo.
O investimento no projeto será de US$ 3 bilhões, a maior parte vindo da própria BYD, mas há parceiros envolvidos no projeto. A localização da unidade ainda está sendo estudada, mas Li confirma que o município deverá estar próximo do parque de fornecedores instalado no estado paulista.
Warren Buffet
A BYD surgiu na década passada como a marca de automóveis mais ambiciosa da China. Seu dono, Wang Chuanfu, chegou a ser o homem mais rico do país, mas o momento de glória foi curto. Depois de ver Warren Buffett, o megainvestidor americando, entrar no negócio, a marca só colecionou fracassos. Seu carro elétrico, cotado para ser lançado no Estados Unidos, atrasou, e as críticas a seu modelo de negócio só aumentaram: a empresa, em vez contar com fornecedores experientes, preferiu dominar toda a cadeia de produção.
No Brasil, a marca ensaiou um desembarque em 2011, em parceria com o grupo Sandrecar. Chegou a homologar alguns modelos como o G3, um clone do Corolla de duas gerações atrás, mas a repentina introdução dos 30 pontos de IPI extras para importados fez o plano cair por terra.