GM prepara-se para entrar concordata
Data limite estipulada pelo governo Obama é o dia 1º de junho, mas fontes dizem que a montadora anunciará sua decisão antes
Quando a crise estourou no ano passado, a palavra concordata era proibida no Renaissance Center, sede da General Motors, em Detroit. Aos poucos, no entanto, o que era uma possibilidade remota tornou-se realidade. Sem acordo com seus credores e com caixa em baixa, a ex-maior montadora do mundo deverá requisitar o chamado “capítulo 11” da constituição dos Estados Unidos, que trata da concordata.
Com isso, ela negociará seus débitos com credores perante um juiz designado. O presidente Barack Obama apoia a decisão, vista como a única saída para GM e para a Chrysler, que entrou em concordata no começo do mês. O receio fica por conta da rede de fornecedores, enfraquecida, mas o governo norte-americano deverá colocar mais US$ 30 bilhões na empresa caso ela aceite a recuperação judicial.
Sem um investidor como a Fiat, a GM corre para levantar dinheiro com a venda de parte de suas operações internacionais. A Opel é a maior delas e hoje está na mira de três grupos: a holding americana Ripplewood, a fabricante de auto-peças Magna, do Canadá, e a própria Fiat. Apesar das palavras de otimismo de Sergio Marchionne, CEO do grupo italiano, a favorita para comprá-la é a Magna.
Embora a Fiat tenha colocado no negócio a chamada LAAM, braço da GM que compreende América Latina, África e Oriente Médio, é muito difícil que ela seja vendida afinal é um dos poucos setores que dão lucro, juntamente com a China.
De protagonista a coadjuvante
Uma coisa é certa, a General Motors não será mais um gigante após essa crise. Este ano já se fala que a Ford deverá se tornar a maior montadora dos Estados Unidos, com a Honda no terceiro lugar, muito próxima da GM. Se conseguir recuperar-se do baque, a empresa terá como acionistas os credores, os trabalhadores e o governo dos EUA. Trabalhará com apenas quatro marcas no país – Chevrolet, GMC, Cadillac e Buick - e investirá em regiões menos desenvolvidas como o Brasil e a China, sonhando em retornar aos bons tempos em que dominou o mundo.