Honda e Toyota terão novos modelos no Brasil
Montadoras japonesas fazem segredo, mas têm planos para as unidades de Sorocaba e Sumaré
O discurso oficial é que elas estão satisfeitas com suas vendas, mas tanto Honda como Toyota planejam novos modelos para serem fabricados no Brasil. A ideia é aproveitar a capacidade extra que as duas marcas ganharão com as fábricas de Itirapina e Sorocaba. Em conversas informais com o AUTOO, as duas montadoras deixaram escapar alguns dados a respeito desses projetos.
Companheiro para o Civic em Sumaré
A Honda não faz mistério sobre seus planos a curto prazo no Brasil. Lançará a nova geração do sedã City em setembro, importará o Civic Si cupê do Canadá em outubro e deve mostrar o Vezel, primeiro SUV compacto da marca, no Salão do Automóvel, poucos meses antes do lançamento.
Os dois - e mais o novo Fit - usarão a nova unidade de Itirapina, interior de São Paulo, que terá a mesma capacidade de Sumaré, porém, empregando metade da quantidade de funcionários. O ganho em produtividade virá da automatização da produção.
Com isso, Sumaré deve desafogar e dar conta de um esperado aumento na demanda pelo Civic, segundo a Honda. Mas não é só. Nosso interlocutor deixou escapar que Sumaré terá um novo modelo: “Em Sumaré produzimos modelos com tanque central (Fit e City) e tanque traseiro (Civic). Em Itirapina, faremos apenas modelos com tanque central e um Sumaré o Civic e outro modelo que não posso revelar”, disse o funcionário da Honda.
Um candidato ideal seria o CR-V, que hoje vem do México em ritmo inconstante. Embora a cota vá aumentar, de acordo com a Honda, não é a situação ideal. Uma versão hatch do Civic é pouco provável por só existir num projeto bem diferente, para a Europa. Ou seja, o CR-V seria um produto interessante para virar nacional, a não ser que a Honda mude de ideia e decida brigar no segmento de compactos premium, com um modelo inédito para enfrentar HB20, Onix e cia.
Segundo executivo da Toyota, sedã Vios está descartado no Brasil, mas possibilidade de um SUV compacto ficou no ar.
Transmissão nacional
Com a Toyota, a situação não é diferente. A maior montadora do mundo ampliou sua presença no Brasil com o Etios, mas o carrinho, embora tenha melhorado um pouco nas vendas, não condiz com a importância da marca. Tanto assim que a fábrica de Sorocaba foi pensada para produzir 400 mil carros por ano e hoje ainda está longe de chegar a 100 mil unidades.
Os executivos com quem o AUTOO conversou negaram o lançamento do Vios, um belo sedã que usa a base do Etios, e que briga num patamar um pouco acima, mas deixaram vazar alguns pontos que reforçam a ampliação do portfólio no Brasil. Um deles é que a fábrica de motores de Porto Feliz, que está em construção, fará um inédito motor 1.5 de três cilindros, mais potente e econômico que o atual. E não é só: um deles acabou revelando que a Toyota terá uma fábrica de transmissões ao lado da de motores.
Produzir motores e transmissões no Brasil é um passo só dado por fabricantes de grandes volumes. Em outras palavras, a Toyota não está contente em vender pouco mais de 10 mil carros por mês. A meta, certamente, é bem mais alta. Questionado se a marca tem interesse em vender um pequeno SUV, como fazem suas concorrentes, o executivo retrucou: “vocês acham que um SUV compacto é um bom carro para a Toyota?”. Não tenham dúvidas, caros.