Motor moderno nem sempre precisa ser grande
Os motores turbo apresentam inúmeras vantagens, além do desempenho; a eficiência é a principal, como você pode conferir a seguir
-
Compartilhe
Grande parte da linha CAOA Chery nacional hoje conta com motores turbo | Imagem: Divulgação
Quem acompanha a Fórmula 1 há algum tempo certamente já deve ter ouvido em algum momento que a categoria serve como “laboratório da indústria automotiva”. Pois essa definição continua mais válida do que nunca, conforme pode ser visto nas unidades de potência usadas nos bólidos, que combinam a energia gerada nas frenagens e desacelerações com a força produzida pelo motor a combustão. Detalhe: os propulsores são turboalimentados, de seis cilindros (V6) e de “apenas” 1,6 litro. Já a potência, embora não seja revelada oficialmente por nenhuma equipe, ultrapassa 1.000 cv.
Mas, por terem ficado famosos nos carros de competição desde os anos 1980, os motores turbo passaram a ser usados pelas montadoras apenas em versões esportivas de modelos de rua. Assim, turbo virou sinônimo de veículo com bom desempenho, mas “beberrão”, fama que perdurou durante algum tempo.
Felizmente, porém, a preocupação com o meio ambiente e com as emissões de poluentes por parte dos automóveis fez com que a indústria avançasse rapidamente em busca da eficiência, e um dos melhores caminhos para isso é a superalimentação por meio de turbocompressores. Antes de prosseguir, porém, vale explicar como é o funcionamento e as principais diferenças entre motores de aspiração natural e aqueles dotados de turbocompressor.
Como se sabe, os motores de ciclo Otto “puxam” a mistura ar-combustível para o interior dos cilindros na fase de admissão, para então comprimi-la antes da explosão. Com o turbo, a diferença é que em vez da mistura ser aspirada, ela é empurrada para dentro dos cilindros por meio de uma turbina que é movimentada pelos gases do escapamento. Isso faz com que uma quantidade maior de ar seja injetada, proporcionando explosões mais homogêneas e eficientes. Por esse motivo é que o turbocompressor permite que motores de menor cilindrada apresentem potência similar a unidades maiores. E o melhor, consumindo menos.
Um bom exemplo da eficiência dos propulsores turbo são os veículos CAOA Chery, como o Tiggo 5X e o Tiggo 7, que contam com o moderno motor 1.5 TCI flex com injeção eletrônica multiponto e cabeçote de alumínio. Apesar de parecer pequeno no tamanho, ele consegue entregar até 150 cv quando abastecido com etanol e 147 cv com gasolina, potência até superior a de unidades maiores – e menos sofisticadas – oferecidas pela concorrência.
Turbo com injeção direta, a combinação perfeita
Mas, se o turbocompressor é um sistema tão bom, existe alguma maneira como torná-lo ainda mais eficiente? A resposta é sim, com a adoção de injeção direta de combustível, por exemplo. A vantagem desse recurso é que,em vez de injetar o combustível na galeria do coletor de admissão, criando a mistura fora do cilindro, ele pulveriza o combustível em altíssima pressão (cerca de 150 bares) diretamente na câmara de combustão – para se ter ideia, a pressão média na injeção comum é de 4 bares. Esse recurso permite vaporizar o combustível em gotículas microscópicas, gerando explosões ainda mais eficientes e proporcionando, consequentemente, mais economia.
Essa tecnologia está presente no Tiggo 8, o SUV mais sofisticado da linha CAOA Chery, que conta com o motor mais moderno produzido pela fabricante, um 4-cilindros de 1.6 litro com 16 válvulas, duplo comando no cabeçote e comando variável na admissão e no escapamento. Com tanta modernidade, não causa surpresa que esse propulsor consiga entregar 187 cv e 28 kgfm de torque, o que se traduz em uma condução agradável e segura, já que basta pressionar levemente o acelerador para usufruir da força disponível.
Contudo, ao contrário da CAOA Chery, chama a atenção o fato de poucas fabricantes disponibilizarem a tecnologia de turbocompressores e de injeção direta em seus veículos. Afinal, a modernidade pode exigir investimentos para ser implantada, mas o retorno é certo. Tanto em desempenho, quanto em economia e, principalmente eficiência. Os consumidores – e o meio ambiente – agradecem.
