Opinião: Peugeot Citroën beneficia Brasil e Argentina ao olhar para fora da Europa

Conglomerado francês aposta cada vez mais na internacionalização de seus negócios, o que é muito benéfico para a América do Sul e resultará em ótimas novidades para a região
Acima a nova geração Peugeot 2008 em sua inédita configuração elétrica

Acima a nova geração Peugeot 2008 em sua inédita configuração elétrica | Imagem: Divulgação

Se, na década de 1990 e avançando pelos anos 2000, os modelos da Peugeot Citroën vendidos no Brasil eram sinônimos de automóveis vanguardistas no design e em soluções do acabamento interno, nos últimos anos o conglomerado francês deixou muito a desejar na atualização de sua gama local.

Atualmente a Peugeot tenta se re-erguer apostando muito em modelos importados como o 3008 e o 5008, sendo que o segundo, apesar de entregar um conjunto excelente para quem deseja um SUV para 7 pessoas, registra vendas muito discretas. É fato que a marca errou em alguns momentos aqui no Brasil e região, sendo que a adaptação do 207 para nosso mercado é apontada até mesmo por executivos da empresa como uma decisão que, hoje, mostrou-se bastante equivocada.

A marca Citroën, por sua vez, é a que mais precisa de uma renovação urgente de seus produtos regionais. Um bom exemplo é o C3. Outrora um modelo que já foi bastante desejado entre os hatches compactos por ser uma referência em sofisticação, hoje o modelo foca apenas em versões de custo-benefício vantajoso para compensar seu habitáculo e nível de equipamentos defasados frente aos modelos mais recentes do segmento, tais como Volkswagen Polo e a segunda geração do Chevrolet Onix. O mesmo pode ser dito do C4 Lounge. Apesar de oferecer o bom motor 1.6 16V sob o capô, o modelo já está com o visual datado e precisa de uma atualização para resgatar sua força na categoria.

Mas o horizonte para as marcas francesas parece bem mais promissor olhando para a próxima década. Desde 2017, quando apresentou seu primeiro plano de negócios depois da aquisição da Opel, a Peugeot Citroën apresentou um interessante foco na internacionalização de seus negócios. É fato que a gigante francesa conta com ótima participação na Europa em diversos segmentos, mas, como todo bom administrador ensina, é necessário não concentrar todos os seus esforços em apenas uma região, sobretudo quando falamos de uma indústria tão globalizada e dinâmica como é o caso da automotiva.

Claro que as grandes fabricantes como a PSA trabalham com prazos mais elásticos e metas de longo prazo – por essa razão as mudanças não são tão rápidas como gostaríamos –, mas estamos chegando em um ponto cada vez mais perto de vislumbrar como será a atuação da Peugeot Citroën de uma forma competitiva no Brasil, Argentina e demais países da região. 

A partir de 2020, o grupo francês pode resgatar boa parte do status que contava aqui no Brasil ao oferecer produtos bem mais modernos e interessantes.

Da Argentina, receberemos no ano que vem a nova geração do 208, hatch que vai posicionar a marca do leão de uma forma muito mais forte no segmento de compactos.

Apostando em um design arrojado, bom acabamento e a eficiência do motor 1.2 com e sem sobrealimentação, o novo 208 pode causar um bom impacto na categoria.

Um ano depois, ao longo de 2021, está prevista a estreia da segunda geração do 2008. Seguindo os passos do hatch, o modelo vai ostentar traços mais robustos e sintonizados com a preferência do público. Modelo que não contou com uma participação relevante em vendas desde seu lançamento por aqui – apesar de figurar em uma das categorias mais agitadas do momento – a sensação é que o 2008 atual é muito mais uma station wagon que ganhou alguns centímetros em relação ao solo do que um SUV propriamente dito. Algo que a nova geração do modelo não deixará dúvidas.

A gama Citroën, finalmente, também receberá a devida atenção que merece aqui no Brasil e demais países vizinhos. A partir do ano que vem, como já foi anunciado, começará o processo de renovação da marca no Cone Sul.

Com vínculos cada vez maiores com o mercado indiano, o que é natural graças ao notável crescimento econômico do país, podemos esperar alguns projetos da Citroën focando especificamente em países emergentes como é o caso da Índia e o Brasil. Se podemos perder um vínculo maior com a linha europeia da Citroën no que diz respeito aos modelos de alto volume de vendas, pelo menos esses futuros automóveis deverão atender com competência as necessidades dos mercados para os quais foram desenvolvidos. Vamos torcer para que a Citroën mantenha neles seu toque de ousadia no acabamento, design e soluções estéticas.

Em resumo, graças aos novos investimentos da Peugeot Citroën não só em produtos, mas também na re-estruturação de sua rede de concessionárias e no pós-vendas, um futuro muito brilhante para o conglomerado francês no Brasil e região descortina-se nos próximos anos. Vamos acompanhar!

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