Redução do IPI dos carros deve acabar em julho

Governo dá sinais de que não prorrogará mais o benefício, que termina no dia 30 de junho

Feirão da Chevrolet: ação ajudou a marca a se recuperar em janeiro | Imagem: Chevrolet

Caro leitor, se você está pensando em comprar um carro novo, é bom se apressar. O governo federal dá sinais de que não renovará mais o desconto do IPI, cujo prazo acaba no dia 30 de junho. Segundo se fala nos bastidores de Brasília, não há mais sentido em abrir mão do imposto já que o mercado de automóveis está aquecido e o crédito voltou aos níveis de antes da crise.

Com isso, os preços dos carros novos e – por tabela, dos usados – dará um salto a partir do 1º de julho. Será um efeito semelhante ao que ocorreu nas primeiras semanas do desconto do IPI, quando o mercado ficou perdido. Naturalmente, toda a referência de valorização dos veículos perderá o sentido e será necessário algum tempo até que a lei da oferta e da procura consiga criar valores reais.

O que isso significa? Que você verá um veículo sendo vendido com preço absurdo e outro com valor abaixo do preço justo. Imagine que em julho, um carro popular terá de uma hora para outra um acréscimo de 7% no seu preço final – um Mille que custa R$ 21 000 passa a ter preço de R$ 22 470. Nos modelos com maior cilindrada, o aumento nominal é maior ainda.

Por outro lado, quem comprou um carro antes do desconto do IPI, recuperará parte do valor de seu bem. Uma coisa é certa: se vier de uma vez, a medida tornará o mês de julho o pior em vendas do ano.

Se quisesse provocar menos impacto imediato no mercado, o presidente Lula poderia aumentar a alíquota gradativamente. Além de evitar uma queda brusca nas vendas, haveria tempo de o setor se adaptar aos novos patamares, mas essa alternativa até agora não foi discutida.