Abeifa quer rever sobretaxa para importados

Nova diretoria da associação busca alterar a política tributária imposta pelo Inovar-Auto
Kia Sportage 2017

Kia Sportage 2017 | Imagem: Divulgação

A Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) realizou nesta terça-feira (5) a posse de sua nova diretoria, que vai comandar a entidade no biênio 2016-2017.

A partir de agora o executivo José Luiz Gandini, responsável pelas operações da Kia Motors no Brasil, também será o presidente da Abeifa. Ele será auxiliado por Luis Rezende, que ocupará o posto de vice-presidente na associação, e Luis Curi, que passa a ser o diretor financeiro. Rezende também é o presidente da Volvo no país, enquanto Curi é o principal executivo brasileiro na Chery.

Segundo Gandini, a principal bandeira do trio será dar continuidade às negociações com o governo para reduzir a sobretaxa de 30 pontos percentuais para veículos importados fora da região do Mercosul e México. “Um imposto assim torna-se proibitivo considerando o Dólar na casa de R$ 3,60. Isso aumenta as chances de fecharmos mais concessionárias e gerar a perda de mais empregos”, explica Gandini.

O empresário também acrescentou que a Abeifa apenas pede “isonomia” em relação às montadoras instaladas no Brasil. “Nós não queremos algo radical como a abertura completa do mercado, só que pedimos igualdade de condições. Nosso pedido é que, na tributação, sejam considerados critérios baseados em eficiência energética”, acrescenta o novo presidente da Abeifa. “Por que aguardar dezembro de 2017 (quando termina a política automotiva atual) para rever essa cobrança do imposto de importação? Nós queremos ajudar o Brasil a sair da crise”, complementa.

Segundo Gandini, o mercado de carros importados no Brasil sofre com a novo sistema de tributação estabelecido pelo Inovar-Auto e cita alguns números. Em 2011, o setor comercializou 199 mil unidades, número que foi reduzido para 59 mil emplacamentos em 2015.

A nova gestão da Abeifa também anunciou que vai trabalhar para ajudar na difusão de modelos com propulsão alternativa no Brasil. “Precisamos estimular a instalação de pontos de recarga para carros elétricos, por exemplo. Também vamos pleitear que o governo elimine não só o imposto de importação para veículos elétricos, híbridos e a hidrogênio, como já foi feito, mas também o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)”, declarou Gandini.

Questionado sobre o turbulento cenário político, o novo diretor financeiro da Abeifa, Luis Curi, diz que a instituição não tem uma posição sobre o impedimento da presidente Dilma Rousseff. “Nós queremos apenas que a situação se resolva o mais rápido possível para que as pessoas possam retomar a confiança e que voltem a se sentir seguras para comprar carros”, finaliza.