Análise: novo Citroën C3 é o carro ''popular'' que faltava no mercado

Podendo ser apontado como uma das estreias mais aguardadas deste ano por conta do seu posicionamento de mercado, o novo Citroën C3 de fato conseguiu chamar a atenção por conta da precificação agressiva, algo que já era cogitado nos bastidores. 

Com uma proposta bastante singular em termos de estilo, podemos dizer que a novidade da marca francesa chega ao mercado com uma das melhores propostas para quem deseja um carro “popular”. Não por acaso, a Citroën aposta que os catálogos com motorização 1.0 devem responder por 70% da procura pelo novo C3 produzido em Porto Real (RJ). 

Olhando para o portfólio do hatchback, a opção de entrada Live (R$ 68.990) é inegavelmente competitiva, em especial levando em conta que abaixo do teto de R$ 70 mil encontramos cada vez menos opções entre os automóveis 0 km, com o Fiat Mobi e o Renault Kwid resistindo bravamente na categoria. 

Equipado com os recursos essenciais de conforto e segurança, o C3 Live conta com ar-condicionado, direção elétrica, os airbags frontais obrigatórios por lei, travas e vidros elétricos e os importantes controles de tração e estabilidade.

Imagem: Divulgação

Porém, para conseguir esse valor competitivo, o C3 Live abre mão até dos prosaicos limpador e desembaçador do vidro traseiro, algo que remete aos verdadeiros “populares” da década de 1990 e início dos anos 2000. 

Se olharmos para a gama Renault, é possível levar para a garagem de casa um Kwid Intense (R$ 68.590) com um valor semelhante ao do C3 Live, com a vantagem de que o Renault assim configurado conta com 4 airbags, câmera de ré, central multimídia, trio elétrico e luz de condução diurna em LED. 

Entretanto, o pulo do gato no caso do C3 Live reside na cabine bem mais espaçosa e o porta-malas ainda maior em relação ao do Kwid, no caso do Citroën atingindo 315 litros e superando até mesmo o de alguns hatches compactos mais caros. 

Por conta disso, o novo C3 torna-se até uma opção viável para o uso familiar, podendo acomodar efetivamente 5 adultos, algo difícil de ser feito com conforto no Kwid e, muito menos, em um Fiat Mobi. 

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Interessante salientar que o C3 compartilha com o Renault Kwid o apelo robusto, com a altura em relação ao solo, no caso do Citroën, ficando em 18 cm. 

A carroceria mais alta do C3 ainda lhe confere um visual mais encorpado, algo que, claramente, faz uma referência ao universo dos crossovers e SUVs e deverá agradar boa parte dos consumidores, sendo um argumento de venda relevante para o novo C3 nacional. 

Para quem está disposto a gastar por volta de R$ 75 mil – limite em que o Citroën é extremamente competitivo – a opção Live Pack (R$ 74.990) é uma pedida mais interessante e ainda tão racional quanto o catálogo de entrada. 

Os R$ 6.000 extras trazem para o C3 Live Pack 1.0 itens como os sempre bem-vindos limpador e desembaçador traseiros, além do ajuste de altura para o banco do motorista, chave com telecomando e a indispensável, nos tempos de hoje, central multimídia. 

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No caso do novo C3 estamos falando do interessante aparelho Citroën Connect com tela de 10” e suporte aos sistemas de espelhamento Apple CarPlay e Android Auto sem fio.

A versão Live Pack também adiciona o volante com os controles para o sistema de som e telefonia Bluetooth, além de um conector USB dianteiro para recarga do smartphone.  

O Fiat Argo 1.0 de entrada (R$ 75.190), por exemplo, não conta sequer com os controles de tração e estabilidade. Um VW Polo 1.0 MPI, por sua vez, conta com 4 airbags, controles de tração e estabilidade e central multimídia de série, mas exige um gasto superior, uma vez que é tabelado em R$ 78.550.

Além do preço e nível de eficiência do propulsor 1.0 aspirado equivalente ao dos modelos citados acima (aliás, Argo e C3 contam com o mesmo motor Firefly sob o capô), o Citroën não fica devendo em nada em termos de habitabilidade na parte interna. 

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Dentro da própria Stellantis, o atual Peugeot 208 Like 1.0 se diferencia pelo esmero no acabamento interno e o visual sofisticado, porém atualmente parte de R$ 79.990. 

Logo, a Citroën conseguiu acertar na receita com o novo C3, em especial nas versões 1.0 mais acessíveis. 

Ao combinar um visual diferenciado, com um cuidado superior na elaboração do custo-benefício, a novidade reúne tudo o que é necessário para se destacar entre os hatches de entrada. Vamos acompanhar, a partir de agora, como será a aceitação do modelo.

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