Bosch diz que produção de carros já atingiu seu pico

Durante uma conferência, a Bosch anunciou que irá dar cabo a um programa de demissão de seus funcionários e uma revisão de seu modelo de negócios. Tal medida drástica seria justificada pela queda de 44% nos lucros operacionais de uma das maiores fornecedoras de componentes automotivos do mundo e também por uma queda mais generalizada na demanda por novos veículos ao redor do mundo.

De acordo com o site Automotive News Europe, a produção global de veículos novos deve passar em 2020 pelo terceiro ano consecutivo de queda. O mercado deverá se retrair 2,6% na comparação com 2019. O número deve chegar a apenas 89 milhões de novos veículos neste ano, de acordo com a previsão da publicação.

Em entrevista ao Automotive News, Volkmar Denner, CEO da Bosch, afirmou que “nós podemos já ter deixado para trás o pico da produção automotiva”. Segundo o executivo, os níveis mais baixos de produção também devem se manter constantes. Denner não acredita em um crescimento do atual patamar de volume antes de 2025 quando, na visão do executivo, veículos elétricos mais acessíveis façam crescer a demanda por automóveis novos.

Volkmar Denner também afirmou que, se por um lado os carros elétricos são uma esperança para a volta do crescimento da produção global de automóveis, por outro, eles trarão novos desafios de difícil resolução. De acordo com a Bosch, para construir o sistema de injeção de combustível de um motor a diesel, são necessárias dez pessoas, enquanto três são necessárias para cuidar da alimentação de um motor a gasolina. Já para construir um motor elétrico, o serviço é feito por uma única pessoa.

A questão será o que fazer com a mão de obra que ficará ociosa. A Bosch ainda não confirmou qual será a estratégia que adotará com a popularização dos carros elétricos e a menor exigência de funcionários ligada a esse tipo de veículo, mas uma das opções analisadas seria a redução das jornadas de trabalho.