Em profunda reestruturação, Renault anuncia corte de 10 mil postos de trabalho fora da França

Meta da empresa é atingir uma economia de 2 bilhões de euros nos próximos três anos
Renault

Renault | Imagem: Divulgação

Na quarta-feira desta semana a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi apresentou os planos gerais que vão estruturar as atividades do acordo empresarial nos próximos anos. Como estava previsto, a Nissan detalhou ontem de forma mais aprofundada seus passos futuros e coube à Renault, nesta sexta-feira (29), discorrer um pouco mais sobre como planeja levar adiante seu profundo plano de reestruturação que prevê uma economia da ordem de 2 bilhões de euros, cerca de R$ 12 bilhões, ao longo dos próximos três anos.

Fixando seu comunicado na estruturação administrativa que a empresa adotará no médio prazo, a Renault não comentou sobre futuros modelos ou uma eventual renovação de gama. O que a fabricante deixou claro é que suas atividades serão organizadas em “negócios estratégicos com um futuro promissor”, destacando “os veículos elétricos, veículos comerciais leves, economia circular e inovação com alto valor agregado”.

A fabricante também anunciou um amplo “projeto de ajuste de pessoal” que será baseado em “medidas de reciclagem profissional, mobilidade interna e demissão voluntária, estendendo-se por três anos”. Na França, detalha a empresa em comunicado, o plano envolverá o fechamento de aproximadamente 4.600 postos de trabalho, sendo que está prevista também uma redução de mais de 10.000 vagas em outros países.

Em termos industriais, a Renault explica que buscará uma racionalização da concepção e desenvolvimento de veículos de acordo com a nova estrutura líder-seguidor explicada previamente pela Aliança. Entre outras medidas também figuram a concentração do desenvolvimento de tecnologias estratégicas com alto valor agregado nas unidades de engenharia da região de Paris, a otimização da utilização dos centros de pesquisa e desenvolvimento fora da França bem como a possível terceirização desses serviços e a otimização de meios de validação de novos projetos por meio de uma maior utilização de recursos digitais.

Acima o Renault Koleos 2020, que estreia facelift na Europa
Acima o Renault Koleos 2020
Imagem: Divulgação

Assim como a Nissan, a Renault também vai aplicar um redimensionamento de sua capacidade industrial ao redor do mundo, passando das 4 milhões de unidades produzidas em 2019 para uma média de 3,3 milhões até 2024, tudo isso já levando em consideração as medidas de ajuste da mão-de-obra global.

Até mesmo outras áreas, como marketing e despesas gerais, serão orientadas a utilizar cada vez mais soluções digitais para redução de custos. Só com isso, a empresa espera reduzir as despesas em 700 milhões de euros. Atualmente o grupo Renault atua em 134 países, conta com 40 fábricas, 12.800 pontos de vendas e pós-venda e emprega mais de 180.000 pessoas. Em 2019, foram comercializados cerca de 3,8 milhões de veículos do conglomerado francês, que inclui marcas como a romena Dacia, subsidiária de baixo custo responsável pelos projetos de Logan, Duster e Sandero. 

Aqui no Brasil e região, pelos novos planos da Aliança, caberá à Renault o desenvolvimento de novos hatches e SUVs tanto para sua gama como para a Nissan. Esses futuros modelos, que contemplam as novas gerações ou substitutos de carros como Logan, Captur, Kicks, March, entre outros, serão construídos sobre a mesma plataforma modular para veículos compactos (CMF-B) e produzidos em duas fábricas que a Aliança vai manter no país, uma para a montagem de hatches e outra dedicada aos SUVs.

Renault Clio 2019
Nova geração do Renault Clio 
Imagem: Divulgação

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