Liggo pode ser o primeiro carro elétrico brasileiro
Mercado promissor pode criar cenário ideal para o surgimento do primeiro carro 100% elétrico com produção nacional
Em raríssimos casos a legislação brasileira ajuda a indústria nacional. Mas parece que no setor de carros elétricos tem sido beneficiado com algumas regras determinadas pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito). A resolução nº 573 de dezembro de 2015 determina que os veículos ultracompactos com propulsão elétrica fiquem enquadrados na categoria quadriciclos.
Além disso, a norma estabelece que esse tipo de veículo precisa ter cabine fechada e volante para quem possa possa ser produzido, importado ou comercializado no Brasil. Como esse veículos ultracompactos só podem trafegar por vias urbanas, o compartilhamento desses automóveis (carsharing) também está previsto na resolução, semelhante ao que vem ocorrendo com os patinetes.
Por isso, a empresa Liggo quer criar o primeiro carro elétrico brasileiro nesses moldes, em especial ao perceber que o momento é favorável. "Recebemos contatos de empresários, fornecedores e investidores interessados em energia limpa e, mesmo com o protótipo em desenvolvimento, pedidos para produção, na maioria dos casos, investidores interessados numa versão carsharing", declara Sandro Lima, consultor de negócios, branding e design estratégico.
Ao estudar o mercado e a concorrência, Lima entende que os demais carros elétricos importados não são necessariamente uma ameaça aos fabricantes nacionais. Segundo ele, a China, por exemplo, consegue operar com baixo custo e qualidade, mas os entraves estão na incidência de taxas, impostos e regulamentações, que precisam ser revistas para viabilizar a entrada dos veículos oriundos do país asiático no Brasil. "Com incentivos e desburocratização, aumentam as condições de desenvolvimento nacional de veículos elétricos com qualidade e preço atrativo, gerando ainda mais economia com baixíssimos custos de energia e manutenção", explica o consultor.
O Liggo é um veículo 100% elétrico e, segundo Giovanni Cataldi, responsável pela captação de investidores e estruturação de operações financeiras da empresa, o mercado de energia renovável no Brasil é urgente e necessário. Por consequência disso, a ideia do Liggo é promissora. "Bons projetos sempre serão atrativos, principalmente na área de energia sustentável", citou.
Émerson Gottardi, engenheiro automotivo e o especialista em veículos elétricos da nova empresa, acrescenta: “optamos por focar no protótipo 100% ‘fabricável’, e todas as ‘matrizes’ estão sendo desenvolvidas para que tenham um modelo para produção em escala. O chassi e o motor elétrico montados serão apresentados ainda em 2019". Os criadores do projeto seguem estudando propostas para acelerar o protótipo e introduzir o Liggo no mercado. Vamos torcer para que a iniciativa seja concretizada.