Toyota Hilux ganha vocação urbana com motor flex
Picape com o motor 2.7 bicombustível agrada para o uso cotidiano
Com bem mais de 5 metros de comprimento, as picapes médias estão longe de incluir o item praticidade para o uso diário em sua lista de atributos. Mas é inegável que robustez desses modelos, bem como a posição de dirigir bem elevada e a sensação de poder sobre o trânsito que esse tipo de veículo proporciona, cativam muita gente.
E é pensando justamente nesse público que a Toyota preparou a nova Hilux com motor 2.7 flex. Se a ideia é rodar muito mais no asfalto procurando uma vaga para estacionar no shopping do que encarar uma trilha pesada no off-road, a tração apenas no eixo traseiro faz muito mais sentido do que investir em um caro conjunto de tração 4x4. “Nós acreditamos que a Hilux 2.7 atende um perfil de público mais urbano, portanto a tração 4x2 deverá ser a mais procurada”, explica Roger Armellini, gerente geral de marketing da Toyota.
A grande sacada da marca também reside em oferecer a Hilux 2.7 somente com câmbio automático, o que faz dela a única opção da categoria com motor flex e transmissão que dá um descanso para o pé esquerdo. Algo muito conveniente para o trânsito cada vez mais intenso das cidades grandes.
Claro que a Toyota também não esqueceu do público que faz questão de contar com tração nas 4 rodas (também é oferecida a versão SRV 4x4), porém, seguindo a ideia de consumidor a qual se destina, o AUTOO decidiu avaliar a Hilux flex na sua versão mais equipada com tração 4x2, a SRV, tabelada em R$ 120.800. Ela é a versão mais interessante da Hilux 2.7, uma vez que a diferença de R$ 9.100 para a opção de entrada SR (R$ 111.700) é amplamente justificada pela lista de equipamentos de série.
O que ela traz
Se a ideia é comprar um carro robusto e equipado, a Hilux 2.7 SRV 4x2 cumpre a proposta com competência. Além dos controles de tração e estabilidade, ela traz o assistente de reboque (TSC); banco do motorista com ajuste elétrico de distância, inclinação e altura; ar-condicionado automático digital; revestimento interno de couro e uma completa central multimídia com GPS, DVD player, TV digital, câmera de ré, dentre outros recursos. Longe de ser uma versão espartana, é difícil reclamar que faltam equipamentos ou conforto a bordo da picape.
Na hora de dirigir
Na dinâmica a Hilux flex lembra bem a irmã a diesel, com uma pequena diferença no conforto ao rodar. Talvez a ausência do sistema de tração 4x4 torna a passagem por pisos esburacados uma tarefa menos sofrida em relação à Hilux diesel 4x4, que sacoleja sem muita dó dos passageiros. Contudo, é algo que quem compra um veículo dessa categoria sabe que vai encarar. Apesar da cabine refinada, não se esqueça de você está a bordo de um produto concebido originalmente para o trabalho pesado.
Mesmo assim, a direção da Hilux é precisa e atua na velocidade adequada para um carro com o porte de uma picape média. Lenta em relação a um carro de passeio, ela atua na medida em um veículo que requer muito mais reações cuidadosas do que precipitadas. Bem neutra nas curvas, desde que feitas com parcimônia, é bom saber que, na pior das hipóteses, a Hilux 2.7 SRV conta com controle de estabilidade.
Na hora de acelerar, é claro que o motor 2.7 flex não entrega a mesma valentia do 2.8 turbo, porém nosso contato com a picape abastecida com etanol não foi ruim. Beneficiado pelo novo duplo comando de válvulas variável, recurso novo para o bloco 2.7, os 25 kgfm de torque são conta de movimentar a Hilux sem sofrer. As 6 marchas bem escalonadas da transmissão também fazer a sua parte e, se você quiser, é possível controlar as trocas na alavanca.
Apesar do desempenho aceitável para uma picape de quase 2 toneladas, só esteja preparado (a) para parar bastante no posto de combustível. Segundo dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, a Hilux 2.7 flex percorre apenas 4,8 km/l na cidade e 5,6 km/l na estrada com etanol, números próximos ao que apuramos em nossa avaliação. Com tanque com capacidade para 80 litros, a autonomia da Hilux flex com etanol gira em torno de 416 quilômetros.
R$ 120.800 Picape média Chevrolet S10, Ford Ranger 32.684 unidades 2.7 16V, flex 163 cv (E) / 159 cv (G) a 5.600 rpm 25 kgfm a 4.000 rpm Automática, 6 marchas 5,33 m de comprimento, 1,85 m de largura, 1,81 m de altura e 3,08 m de entre-eixos 1.860 kg 850 quilosToyota Hilux SRV 2.7 flex 4x2
Resumo
Preço
Mecânica
Motor
Dimensões
Medidas
Vale a pena comprar?
Se você é fã de picapes e não abre mão de um modelo robusto como a Hilux, a nova versão flex se justifica se você não tem o costume de percorrer grandes distâncias com frequência ou vai usar o modelo apenas na cidades. Nesse caso seu conjunto mecânico, mesmo com tração 4x2 nas rodas traseiras, é suficiente. Porém, se você percorre estradas em péssimas condições, precisa transportar muita coisa na caçamba ou vai encarar longos deslocamentos, fique de vez com a Hilux diesel. Nesse caso, o menor consumo e a elevada autonomia do propulsor a diesel são mais vantajosos.
Recomendamos a versão avaliada aqui, a SRV, por contar com os importantes controles de tração e estabilidade, além de oferecer os equipamentos de conforto que se espera de um veículo com preço na faixa de R$ 120.000.