Fiat quer reviver o Uno e terá SUV no Brasil, adianta presidente

Novo executivo responsável pela FCA no país explica alguns passos da empresa por aqui
Fiat Uno 2018

Fiat Uno 2018 | Imagem: Divulgação

Recém-empossado como presidente da FCA para a América Latina, o italiano Antonio Filosa recebeu a imprensa automotiva para uma coletiva na última quinta-feira (10) onde antecipou os próximos passos do conglomerado para nossa região.

O engenheiro destacou que a América Latina ganha cada vez mais espaço dentro da estratégia administrativa global da FCA, como o próximo plano de negócios da empresa para o médio prazo, que será revelado no começo de junho, deixará claro.

Com isso, explicou Filosa, a gestão das marcas do grupo, com destaque para a Fiat, ganhará um viés cada vez mais regional. O conglomerado recentemente abriu uma representação oficial no Chile e o mesmo seguirá com Colômbia e Peru.

Questionado pelo Autoo sobre qual será o caminho da Fiat aqui no Brasil em termos de produto, se a gama vai priorizar picapes ou SUVs, Filosa foi taxativo em afirmar que a Fiat terá sim utilitários esportivos no Brasil mesmo com a presença da marca Jeep por aqui. “Claro que a Toro e a Strada têm muito sucesso, mas eu digo que também teremos SUVs com a marca Fiat”. O Autoo aproveitou para questionar Filosa se haverá alguma sobreposição (ou overlap no jargão em inglês) com os modelos da Jeep, ao que o executivo explicou que “pode haver um overlap entre os SUVs de Jeep e Fiat, mas nunca canibalização. Veja que cada marca tem uma identidade muito distinta, a Jeep foca no estilo de vida, no uso off-road, enquanto a Fiat trabalha com modelos mais urbanos, então é um caminho que podemos adotar para essa diferenciação dentro das linhas”.

Uma notícia animadora fornecida pelo novo presidente da FCA para a América Latina é que a importação do 124 Spider para o Brasil está sendo estudada pela empresa. O roadster, que é um irmão de projeto do aclamado Mazda MX-5, foi revelado no fim de 2015 e que inclusive mostrado aos brasileiros no Salão de São Paulo em 2016 dentro do estande da Fiat. Outra iniciativa que também está sob análise é a volta da Alfa Romeo ao Brasil agora com uma operação mais estruturada. “Se atingirmos um volume de venda de 10.000 carros/ano para a marca, a Alfa Romeo pode ser sustentável no Brasil”, explica Filosa. A oscilação do dólar no Brasil também é outro fator que impacta muito na decisão da empresa de importar novos modelos ao Brasil. O próprio 500, que ainda figura no site comercial da Fiat como linha 2017 e não tem uma oferta regular de novas unidades no Brasil, deverá mesmo voltar a ganhar força por aqui e no mundo com a chegada de sua próxima geração. 

A norte-americana RAM, marca da FCA focada em picapes, é outra empresa que deverá ganhar mais atenção por aqui com a nova administração de Filosa. Apesar da filosofia e estilo diferentes em relação às picapes preferidas pelos norte-americanos – por lá elas são muito mais usadas para rebocar objetos de grande porte, tais como barcos, enquanto aqui no Brasil o uso é muito mais voltado ao transporte de cargas na caçamba – o novo executivo a frente da FCA enxerga um grande potencial dos modelos da gama RAM para explorar nichos de mercado específicos no Brasil. Não está descartada até mesmo a possibilidade do desenvolvimento de um produto com a chancela RAM voltado às necessidades do público latino-americano, dessa forma tornando mais robusta a gama de picapes em conjunto com a linha vendida nos EUA.  

Voltando para um patamar mais acessível, Filosa adiantou que a Fiat prepara novidades para reaquecer o Uno no mercado. Como você pode conferir em nosso ranking, o modelo ocupa uma discreta 50ª posição e, em abril, apenas 655 unidades do modelo foram emplacadas. A linha 2019 do hatch deverá estrear em junho oferecendo uma nova versão de entrada com motorização 1.0 Fire, portanto com valor mais acessível do que o atual Drive 1.0 com o propulsor de 3 cilindros. O preço tabelado, segundo Filosa, ficará na casa de R$ 40.000. Como a Fiat chega a oferecer o Uno 1.0 com 3 cilindros por um valor semelhante, podemos apostar em uma estratégia de preços ainda mais agressiva por parte da Fiat para a nova opção 1.0 Fire do Uno.

Olhando para o futuro, o engenheiro a frente da FCA realça muito as qualidades do etanol como matriz energética e acredita que ele deve ser olhado com atenção, sobretudo em um futuro ao longo prazo pensando no uso em células de combustível. A FCA também não descarta investimentos em motores turbo para o curto e médio prazo, tipo de motor que deverá coexistir com híbridos. “Aqui no Brasil nós estamos trabalhando em formas de melhorar a autonomia de motores flex rodando com etanol. Hoje um motor usando etanol conta com um alcance em torno de 30% menor do que utilizando gasolina. Estamos trabalhando em formas para reduzir essa diferença para a casa de 15%, mas ainda não posso dar muitos detalhes sobre isso no momento”, acrescenta Antonio Filosa.

Um dado relevante que o executivo apresentou é que, pelas contas da FCA, a presença do câmbio automático nos carros comercializados no Brasil vai crescer cada vez mais e a montadora estima em uma participação de 45% de mercado desse tipo de transmissão (automático ou CVT) em 2022. O conglomerado, contudo, descarta nacionalizar neste momento uma caixa automática já que seria necessário um alto volume de produção para justificar o investimento.

Por fim, Filosa destaca o feito da FCA no mês passado, que liderou o mercado brasileiro em vendas se levado em conta todas as marcas do grupo, o que resulta em 37.355 veículos colocados nas ruas em abril. A participação de mercado aglutinando todas as marcas da FCA resultou em uma fatia de 17,8% do total de automóveis e comerciais leves vendidos no quarto mês do ano. A meta do conglomerado é encerrar 2020 como o líder em vendas no Brasil, muito provavelmente com a Fiat no topo do ranking.

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