Há 11 anos Renault surpreendia o mercado com o Sandero

Hatch derivado do Logan foi lançado no final de 2007 e comprovou que o peso do design é decisivo no sucesso de um modelo no Brasil
Renault Sandero 2007

Renault Sandero 2007 | Imagem: Divulgação

Foi no Salão de Frankfurt de 2007 neste exato dia 17 de setembro que a Renault surpreendeu o mercado de automóveis com o Sandero. Desenvolvido no Brasil, o hatch compacto utilizava a plataforma do Logan para oferecer um veículo quase tão espaçoso quanto o sedã, mas com um estilo mais palatável.

O novo modelo chegou às concessionárias em dezembro daquele ano, iniciando uma carreira de sucesso com quase 800 mil veículos vendidos no Brasil e a marca de 1 milhão de unidades atingida recentemente.

Confesso que eu, na época, era um dos que duvidou do acerto em lançar um hatch derivado do Logan, um sedã criado pela marca Dacia e que havia sido pensado para o Leste europeu, cujos países saíam de um período sob domínio da União Soviética. Lançado um ano antes, o Logan teve recepção fria no Brasil afinal não era tão barato quanto em outros mercados e seu design apavorante acabava espantando muitos clientes antes de conhecer suas virtudes como o excepcional espaço interno.

Mas é aí é que estava o segredo: o Sandero (aparentemente um acrônimo das palavras Samba e Pandeiro) era diferente do Logan onde interessava como na traseira mais curta e com lanternas verticais e sobretudo na frente com imensos faróis e grade mais encorpada.

No resto era igual ou pior que o Logan (nesse caso no entreeixos mais curto que roubava um pouco do espaço para as pernas). O painel de instrumentos, por exemplo, não mudava em nada e mantinha a péssima ergonomia do irmão com botões fora do campo de visão.

Contramão do mercado

A proposta da Renault tanto para o Logan quanto para o Sandero era a mesma: oferecer um carro maior que os concorrentes, então quase todos minúsculos como o Celta, Palio ou Gol e suas versões sedãs Prisma e Siena – na época o Voyage estava num “sabático”.

Mas o Sandero passou a vender muito mais do que o Logan mesmo que proporcionalmente, afinal hatches têm histórico de maior aceitação no Brasil. Nos últimos 10 anos, por exemplo, ele emplacou mais do que o dobro do sedã mesmo com um “concorrente” interno, o Clio, focado no mercado de entrada.

Talvez um dos segredos para isso está no fato de que as modificações visuais na primeira geração tenham descolado os dois carros como eu mesmo testemunhei em conversas com amigos: ninguém associava o Sandero ao Logan.

No entanto, essa relação simbiótica ficou mais clara com a segunda geração, lançada em 2014 e ainda à venda. Tanto o hatch quanto o sedã passaram a compartilhar elementos estéticos assim como outros concorrentes. A vantagem é que agora o design de ambos não é mais um problema após o toque mágico do holandês Laurens van der Acker.

Com linhas mais refinadas e o estilo Renault impregnado em seus traços, além de um interior mais funcional, os dois compactos corrigiram pecados do passado mas sem perder o bom espaço interno.

É verdade que hoje a concorrência também se expandiu nos dois sentidos – é maior em número e também mais espaçosa -, mas o Logan e o Sandero seguem com boas vendas, por volta de 90 mil unidades por ano na soma de ambos.

O futuro do Sandero agora está menos associado aos modelos da romena Dacia e sim em uma nova plataforma desenvolvida pela Renault, conforme Autoo antecipou. Nada mal para um carro que não era aguardado na época e que teve grande parte do seu projeto pensado para um público distante do brasileiro.

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