Ícone do setor automotivo, brasileiro Carlos Ghosn é preso no Japão

Executivo foi o responsável pela criação da aliança Renault-Nissan
Nascido no Brasil, Carlos Ghosn ocupava o cargo de chairman e CEO da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi

Nascido no Brasil, Carlos Ghosn ocupava o cargo de chairman e CEO da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi | Imagem: Divulgação

Uma notícia começou abalando o mundo automotivo nesta segunda-feira (19). O jornal Yomiuri Shimbun foi o primeiro a reportar a prisão de Carlos Ghosn, executivo nascido no Brasil e que ganhou projeção global ao ser o idealizador da aliança Renault-Nissan.

Ghosn foi o responsável por recuperar financeiramente a Nissan no início dos anos 2000 com um plano agressivo de redução de custos e eficiência administrativa que salvou a empresa de uma falência iminente para o retorno aos números positivos em caixa em apenas dois anos. Atualmente ele servia como presidente do conselho administrativo (chairman) e CEO da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

Segundo relatado pelo Yomiuri Shimbun – e mais tarde confirmado pela Nissan – Ghosn foi acusado de fraudar seus ganhos para a administração da Bolsa de Tóquio, portanto violando regras de mercado. Segundo declaração dos procuradores responsáveis pelo caso, Ghosn declarava em documentos oficiais da Nissan rendimentos menores do que efetivamente recebia da empresa. Além disso, o executivo também foi acusado de usar ativos da companhia para uso próprio.

A Nissan reconheceu em comunicado que já estava investigando as atitudes de Ghosn há “vários meses” motivada por “rumores” sobre o desvio de conduta de seu executivo. O até então presidente da Nissan encontra-se preso no Japão e o atual CEO da marca, Hiroto Saikawa, deverá pedir o afastamento formal do executivo brasileiro. A Nissan acrescenta que está “fornecendo informação e colaborando integralmente com a investigação da procuradoria japonesa”.

Tido como um braço-direito de Ghosn, o também membro do conselho administrativo da Nissan, Greg Kelly, foi acusado do mesmo crime e também deverá ser afastado da companhia. 

O Yomiuri Shimbun acrescenta que, no ano fiscal de 2016, Carlos Ghosn havia reportado para as as autoridades financeiras um ganho de mais de um bilhão de ienes, cerca de R$ 33,4 milhões. O pagamento do executivo caiu para 730 milhões de ienes no ano fiscal de 2017. 

Setor perde dois expoentes no mesmo ano

Com a “queda” de Carlos Ghosn, a indústria automotiva global perde no mesmo ano dois executivos que foram os responsáveis por ditar muitas tendências no setor ao longo dos últimos anos.

Em julho deste ano o mundo perdeu Sergio Marchionne, que foi o homem responsável por arquitetar e executar a fusão entre a Fiat e a Chrysler, conseguindo criar um conglomerado automotivo global de muito sucesso.  

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