Redução do crédito não deve afetar mercado de carros

Banco Central anuncia retirada de R$ 61 bilhões para empréstimos; presidente da Anfavea não acredita em redução das vendas

Fiat Linea Absolute | Imagem: divulgação

Com o aumento da taxa do valor compulsório (quanto o banco deve manter guardado em relação ao valor depositado) de 15% para 20%, o Banco Central (BC) conseguirá barrar a movimentação de R$ 61 bilhões para empréstimos. Além dessa medida, as instituições financeiras também exigirão até 50% mais garantias para a liberação de um financiamento. A ação, porém, não preocupa Cledornivo Belline, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (6), o executivo afirmou que acredita na manutenção do crescimento sustentável no setor.

Segundo cálculo da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), o volume de carros financiados (CDC, leasing e consórcio) no país representará mais de 70% de toda frota comercializada em 2010. Especificamente para a compra de automóveis, o BC manterá as mesmas condições de garantias para financiamentos de 24 a 36 meses somente quando o comprador entregar 20% de entrada no ato da compra. Em parcelamentos maios extensos, as exigências serão mais rígidas.

Na prática, pode haver uma diminuição nas vendas dos carros, mas nada tão significativo. A ação, por sua vez, pode estimular o aumento de compradores investindo mais na entrada do financiamento ou então adquirindo os veículos à vista. nos primeiros 12 meses. Segundo Henrique Meirelles, presidente do BC, a medida visa atingir um crescimento de crédito sustentável, a fim de evitar bolhas financeiras em longo prazo e aumento da taxa de juros.