Obituários dos carros: quem se foi em 2016

Mesmo num ano ruim para as vendas, poucos modelos se despediram no mercado brasileiro
Obituário 2016: carros que se foram

Obituário 2016: carros que se foram | Imagem: Divulgação

Diante das fracas vendas de carros novos em 2016 a lista de veículos que deixaram de ser produzidos e vendidos é até pequena se comparada a de anos anteriores. AUTOO publica nesta terça-feira (27) mais uma edição do especial “Obituário dos carros”, mostrando quais modelos estão se despedindo do mercado. Confira a seguir a lista:

O adeus dos sedãs da década de 90

As despedidas mais marcantes de 2016 envolvem dois modelos que já estiveram entre os mais vendidos do Brasil. O Classic, ex-Corsa Sedan, e o Siena da primeira geração deixaram de ser produzidos no segundo semestre após quase duas décadas no mercado.

O Chevrolet foi lançado em 1996 e seguiu ativo até mesmo com a chegada da segunda geração do Corsa Sedan e do primeiro Prisma graças ao bom custo-benefício, mas este ano apenas 11,5 mil unidades foram emplacadas até novembro – em 2010, no seu auge, foram vendidos 140 mil carros. Sem alarde, a GM tirou o carro de cena, uma pena pela história importante que teve.

Já o Siena segue vivo na segunda geração, o Grand Siena, porém, o volume caiu bastante: juntos eles emplacaram quase 130 mil carros em 2013, mas esse volume caiu para menos de 30 mil carros este ano. Em outubro, o Siena EL, última versão do modelo original, deixou de ser vendido. Em comum, Classic e Siena sofreram com a restrição ao crédito, a crise financeira e o fato que o brasileiro anda de olho em modelos maiores e mais equipados.

“Grande” Vitara

Veterano entre os SUVs e um dos poucos a manter a receita original (carroceria sobre chassi, tração traseira com opção 4x4 e estepe externo), o Grand Vitara voltou ao mercado brasileiro em 1998 e manteve uma clientela fiel. Mas neste ano a Suzuki decidiu mudar o jogo ao importar o novo Vitara (assim mesmo, sem o ‘Grand). Menor e mais urbano além de deixar a concepção SUV de lado, o novo veículo aposentou seu antecessor.

Passagem discreta

O ano não foi apenas marcado pelo fim de alguns modelos, mas também de marcas. A chinesa Geely, umas das últimas a chegar ao Brasil, suspendeu suas operações no país apenas dois anos após ser lançada em território nacional. O representante, o Grupo Gandini (que controla a Kia também) alegou dificuldades com o câmbio elevado e as cotas do Inovar Auto. Pouco mais de mil veículos foram emplacados nesse período, mas a marca ainda pode voltar num cenário menos adverso.

Uno popular aposentado

Lançado com grande impacto em 2010, o novo Uno marcou uma reviravolta no mercado brasileiro graças ao design genial que misturava o formato retangular com cantos arredondados, batizado de ‘rounded square’ pela Fiat. O modelo vendeu bastante até que o mercado foi invadido por uma leva de compactos mais atraentes, equipados e espaçosos. Desde então, a montadora de Betim tem introduzido melhorias no modelo, tanto estéticas quanto técnicas, mas as vendas não voltaram aos patamares antigos. De quebra, ela aposentou o primeiro projeto ao tirar de linha a versão Vivace, que mantinha a receita original e era o carro de entrada da marca, agora papel do Mobi.

Fantasmas do mercado

Oficialmente eles ainda estão à venda como novos, mas já deixaram a linha de montagem de suas respectivas fábricas. O veterano Clio, por exemplo, deixou de ser produzido em outubro, como imagens postadas por funcionários da fábrica na Argentina mostraram, mas o modelo segue sendo vendido até acabarem os estoques. A razão é que o Kwid, seu sucessor, só chegará na metade do primeiro semestre.

Já o Celer não é produzido desde o começo do ano em Jacareí. Primeiro ‘chinês’ a ser produzido no Brasil, o hatch não pegou. A Chery melhorou o carro, mas ele segue mais importado que nacional, com grande dependência de componentes vindas da China. Com o câmbio nas alturas, o Celer não tem preço competitivo e dá prejuízo em cada unidade vendida. Para tentar reverter a situação, a montadora anunciou uma nova investida no país, agora com modelos com visual off-road como o Tiggo 2. Já o Celer, embora ainda apareça no portfólio, não deve ser mais produzido, segundo apurou o AUTOO.

A van americana sai de cena

Veículo típico dos Estados Unidos, a van de passageiros sobrevive no país em meio a onde de SUVs e a tradição das picapes. Mas uma delas está saindo de cena para dar lugar a uma novidade: a Town & Country, da Chrysler, já deixou a linha de produção para que a inédita Pacifica seja fabricada. Presente no Salão do Automóvel, a van deve chegar ao Brasil no ano que vem.

Despedida internacional

Longe do mercado brasileiro por conta das restrições ambientais, o Defender, da Land Rover, teve sua última unidade produzida este ano. Em janeiro, a produção foi encerrada na Inglaterra, onde era fabricado há 68 anos. Um sucessor é ventilado pela Land Rover, mas ainda sem uma data revelada.

Talvez mais triste que isso seja o desparecimento da Karmann-Ghia no Brasil. Foi em sua fábrica em São Bernardo do Campo que o Defender teve sua fase nacional, mas a empresa foi mais que isso, com seus modelos esportivos famosos além de trailers e outros produtos. Nos últimos tempos havia se transformado em fornecedora de autopeças, mas desde o final do ano passado não pagava mais seus funcionários. Em novembro, a Justiça decretou a falência da empresa a fim de preservar alguns bens e conseguir recuperar o que deve aos empregados.

Na UTI

Além das mortes anunciadas e confirmadas, há também alguns modelos em estado terminal ou com futuro pouco promissor. Três deles são da Fiat, o sedã Linea, a minivan Idea e o hatch médio Bravo. Eles tiveram a produção suspensa durante 2016 e, segundo fontes do site Autos Segredos, deixaram mesmo a linha de montagem, mas a Fiat negou seu fim. Segundo a fabricante, eles seguem em produção de acordo com a demanda. Se depender dela, o fim está próximo. O Idea emplacou apenas 3 mil carros este ano, o Linea, 1,4 mil e o Bravo, 1,9 mil. Mais grave que isso é que em novembro eles tiveram menos emplacamentos ainda, talvez um sintoma do fim dos estoques.

Outro que parece perto do fim do seu ciclo é o Tucson. A primeira geração é montada no Brasil pela CAOA e tem vendido bem mesmo com a chegada do ix35, seu sucessor na teoria. Mas o lançamento do Creta, um SUV de preço semelhante, mas fabricado pela Hyundai, coloca em xeque sua existência. A marca nega e garante que o Tucson de primeira geração tem demanda (mesmo com o início da montagem do New Tucson, a terceira geração do modelo). No entanto, os emplacamentos nos últimos três meses revelam algo suspeito: de uma média de pouco mais de mil unidades vendidas por mês, o SUV vendeu 2 mil carros em setembro e depois caiu para 283 (outubro) e apenas 90 em novembro.

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