C4 Picasso: a minivan entre os SUVs
A Citroën aproveita a fidelização de 50% dos clientes do modelo para voltar a brigar com os utilitários esportivos acima de R$ 100 mil
As peruas (ou station wagons) viviam tranquilas até o surgimento das minivans no começo dos anos 2000. Nesta cadeia predatória, agora as minivans perderam espaço para os SUVs e, até agora, o domínio é deles.
Na contramão dessa tendência, a Citroën apresentou nesta semana a nova geração da C4 Picasso, minivan de porte médio e que chega com preço inicial de R$ 110,9 mil, e Grand C4 Picasso, de R$ 120,9 mil. Ele já tinha dado as caras por aqui durante o Salão do Automóvel e, depois de um ano, chega oficialmente ao país, pronta para vender, segundo a marca, 850 unidades por ano.
Trata-se da 3ª geração do modelo familiar. A primeira foi a Xsara Picasso, lançada em 1999 e que chegou a ser produzida no Brasil entre 2001 e 2012. Quando o C4 assumiu o lugar do Xsara, a Citroën mudou o nome da minivan para C4 Picasso e acrescentou a versão Grand C4 Picasso, isso em 2006. Sete anos depois, foi a vez da atual geração ser apresentada na Europa, mas que só agora chega ao país.
Um pé no futuro
Inegável olhar para a minivan e não ver algum modelo futurista. Como tradição da marca francesa, o desenho não tem nada de tradicional. Seja pelos faróis dianteiros, com xenon direcional, e as luzes diurnas separados e em posições nada convencionais ou pela lanterna traseira com LEDs, não tem como não notar o C4 Picasso.
A diferença entre o C4 Picasso e o Grand C4 Picasso está além da capacidade de passageiros, com cinco e sete lugares respectivamente. Além do maior entre-eixos e comprimento, o desenho dianteiro é menos esportivo na Grand, assim como a lanterna traseira diferente.
Embaixo do capô, finalmente a minivan substituiu o arcaico 2.0 pelo motor 1.6 turbo com injeção direta, o THP, ligado ao câmbio automático de seis marchas. Os 165 cv e os 24,5 kgfm de torque entre 1.400 e 4.000 rpm, garantem agilidade na cidade, nas arrancadas, e na estrada, sem dificuldade para andar nos 120 km/h e fazer ultrapassagens mesmo carregado. O câmbio, com respostas rápidas e suaves, ainda tem opção de troca sequencial por borboletas no volante.
Sai de mim, má fama
Um ponto que a Citroën tem melhorado com o passar do tempo é a suspensão de seus carros. Se antes eram conhecidas pelo barulho e batidas secas, a nova plataforma do Picasso trouxe uma calibração, que mesmo mais voltada ao conforto, deixou a minivan estável, e sem pancadas, ao menos durante o nosso teste.
Por dentro, espaço para os cinco passageiros. Na Grand, a última fileira sofre um pouco mais. No porta-malas de 537 l e 704 l, a ampla abertura facilita o acesso, assim como a tampa automática. Saídas de ar-condicionado, com regulagem individual, é um ponto interessante do modelo. Além do mais, a grande área envidraçada colabora na sensação de conforto.
A proposta da Citroën com a linha C4 Picasso é oferecer uma opção mais completa e moderna para os SUVs. Na lista de equipamentos dos modelos básicos, chamada de Seduction, se destacam a tela de 7” sensível ao toque multimídia, que controle desde o som, GPS, até o ar-condicionado, bancos individuais com massageador nos dianteiros e controles de tração, estabilidade, hill holder e freio de mão eletrônico. Nas versões Intensive (por R$ 7 mil a mais) o painel recebe uma tela de 12”, que abriga velocímetro e GPS, computador de bordo e opção de imagem personalizável, câmera de ré com 360º. Como opcional, teto-solar panorâmico e park assist.
Com preço competitivo, bom espaço interno e pacote de equipamentos, o C4 Picasso pode ser uma opção para quem olha pro SUV só como mais um tipo de carro e não faz questão de ter o segmento da moda na garagem.