Carro mais barato do mundo, Tata Nano ganha nova geração

Segunda geração do carro mais barato do mundo traz até opção de câmbio automatizado, mas tenta sobreviver ao estigma do seu antecessor

Tata GenX Nano | Imagem: Divulgação

Sem o mesmo alarde de seis anos atrás, a marca indiana Tata Motors apresentou a segunda geração do Nano, que ficou conhecido mundialmente por ser o automóvel mais barato do mundo. Aprimorado, o novo modelo foi rebatizado de “GenX Nano”, e continua com um preço bastante atraente para os padrões indianos - 199 mil rúpias, o equivalente a R$ 9,5 mil em uma conversão direta. Agora, no entanto, o compacto traz mais segurança e conforto a bordo, além de opção de câmbio automatizado.

O novo Tata GenX Nano que, apesar de todas as mudanças, compartilha diversas características com o modelo anterior (como o desenho da carroceria), recebeu novidades visuais, como faróis com acabamento escurecido, para-choques com novo desenho e grade dianteira redesenhada. Além disso, o hatch agora dispõe de abertura da tampa do porta-malas.Por dentro, há um novo volante, novas saídas de ar, sistema de som redesenhado e acabamento mais “refinado”.

A Tata se preocupou com a segurança do modelo, antes criticada. Para isso, o GenX Nano ganhou reforço na estrutura da célula de sobrevivência, barras estabilizadoras e portas laterais mais robustas. Ainda assim, o modelo segue sem oferecer itens como airbags e freios ABS.

O motor que equipa o carrinho é o mesmo 0.6 litro de dois cilindros a gasolina, que entrega 38 cv, a 5.500 rpm, e 5,2 kgfm de torque. A opção de transmissão automatizada do Tata conta com o modo “Sports”, para maior aceleração, e o recurso “creep” para tráfego pesado e estacionamento. Com tanque de 24 litros, o modelo tem consumo de 23,6 km/l e autonomia de 500 km.

Modelo sem status

O Nano surgiu de uma obsessão do fundador da montadora, o empresário Ratan Tata. Celebridade na Índia, Tata quis aproveitar o crescimento da economia para oferecer o Nano como opção para famílias que usavam motocicletas e riquixás, mas o carrinho não encantou. Sofreu com greves de funcionários e também com os seguidos incêndios. O custo baixo também foi um objetivo de ser perseguido, mas o grande obstáculo do Nano foi mesmo uma clientela que queria muito mais do que ele podia entregar.

O modelo faz os mais básicos populares brasileiros parecerem luxuosos. Não oferecia itens simples como porta-luvas, ajuste dos bancos ou ventilação originalmente. A Tata corrigiu alguns dos problemas iniciais, mas o veículo nunca vendeu nem perto do que se imaginava. Uma decepção para Ratan Tata, que acreditou que sua criação fosse tomar as ruas do mundo, incluindo o Brasil, onde chegou a ter a produção cogitada. A nova geração é bem menos ambiciosa - se pagar o investimento já terá valido a pena.