Chevrolet e Onix lideraram em 2016

No entanto, queda de participação das marcas tradicionais continua forte. Hoje elas respondem por pouco mais da metade das vendas de veículos no Brasil
Chevrolet Onix 2017

Chevrolet Onix 2017 | Imagem: Divulgação

A General Motors está em festa: em 2016 a marca Chevrolet voltou a liderar o mercado de automóveis e comerciais leves no Brasil após um longo domínio da Fiat e o hatch compacto Onix manteve a primeira posição entre os modelos, ampliando seu domínio sobre o segundo colocado, o HB20, da Hyundai.

A montadora americana, no entanto, tem mais motivos para comemorar afinal ela minimizou números trágicos para o quarteto de marcas tradicionais que atuam no Brasil há mais tempo, antes da abertura do mercado em 1991. Se não fosse a Chevrolet, as vendas somadas as da Fiat, Volkswagen e Ford teria sido muito pior. Juntas, as quatro marcas venderam pouco mais de um milhão de veículos novos no ano passado, uma participação de apenas 53% no mercado como um todo.

É muito pouco para um grupo que há dez anos era responsável por nada menos que 81% dos emplacamentos. Num ano em que o mercado brasileiro encolheu cerca de 20% as quatro caíram quase 27%. A pior situação foi da Volkswagen, afetada por uma disputa com um fornecedor que acabou desabastecendo a rede, que viu suas vendas despencarem 36%. Mas a rival Fiat, ex-líder até o ano passado, não ficou longe, mesmo sem problemas na produção: queda de 30%, número um pouco maior que o da Ford, que perdeu 28% das vendas em relação a 2015.

Asiáticas na cabeça

Mas o que pode explicar tamanha queda? Certamente um mix de fatores que vão da crise econômica, que reduziu o poder aquisitivo e os financiamentos a uma maior competição de marcas sobretudo de origem asiática. Hyundai, que fechou o ano em 4º lugar, há décadas restrito a Ford, e Toyota (5ª no geral) avançaram nas vendas – a japonesa, inclusive, foi uma das três únicas a crescer em 2016.

De fato, a soma das marcas japonesas com produção no país e também da Hyundai significa hoje quase 30% de participação no mercado, um avanço de quase 4% em apenas um ano. Com produtos atraentes e, sobretudo, a boa impressão de qualidade e pós-venda certamente influenciaram o consumidor a procurar um porto seguro num ano de incertezas. Prova dessa teoria é o fabuloso desempenho de vendas do Corolla, talvez o veículo cuja imagem está mais atrelada à confiança.

Mesmo ganhando a concorrência de dois novos e bem mais modernos produtos (o novo Civic e o Cruze de segunda geração), o Toyota liderou com imensa folga, terminando 2016 com quase 65 mil emplacamentos e o 5º lugar no ranking geral.

Vendas de 2016 vs. 2015

Dólar pesou

Mas os maus resultados não afetaram apenas as montadoras generalistas. Também as marcas de luxo que resolveram colocar os pés no Brasil sofreram muito. Graças ao câmbio elevado, a vantagem de montar parte de seus modelos no país foi anulada. As alemãs BMW, Mercedes e Audi e a inglesa Land Rover experimentaram uma queda de 30% nas vendas de um ano para o outro.

O contraponto chama-se Jeep. A marca americana, instalada no Brasil na fábrica de Goiana, foi a que mais cresceu em 2016: quase 43% mais emplacamentos que em 2015, ‘culpa’ do sucesso do Renegade e, mais recentemente, do Compass. Os dois SUV, juntamente com a irmã Toro, da Fiat, salvaram a FCA de um ano péssimo, contrastando com queda geral de vendas dos seus modelos populares – o Palio, por exemplo, foi o modelo com a maior queda absoluta de vendas, de um patamar de 120 mil unidades para menos de 60 mil.

Chinesas quase desaparecem

Se a situação foi crítica para os mais preparados e instalados no país o que dizer dos importadores? O ano passado se encaixa na popular definição de “tempestade perfeita”: altos impostos, cotas de importação, dólar elevado e crise econômica tiraram quase 27% das vendas, situação que se mostrou mais grave ainda para as marcas de origem chinesa.

O que parecia ser um tsunami há cinco anos virou uma marolinha. Chery, JAC, Lifan e Geely, as quatro marcas focadas no mercado de passeio, tiveram o pior resultado para um grupo, quase 46% a menos de emplacamentos. A ironia é que a maior queda veio justamente da Chery, a única dos quatro a ter uma fábrica no Brasil.

O ano que passou deixa algumas lições. O brasileiro não é um consumidor tão aferrado a uma marca específica, mas busca segurança sobretudo num cenário adverso. Carros pequenos, apesar da queda nas vendas de modelos populares, ainda são a nossa realidade: três em cada quatro veículos vendidos são compactos, embora parte deles já exiba medidas quase tão grandes quanto a de modelos originalmente médios. E, sim, os SUVs são a bola da vez também em 2017, ou seja, quem não tiver ao menos um no portfólio pode se preparar para mais um ano ruim.

Marcas tradicionais perdem espaço

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