ESP ainda é raridade em automóveis no Brasil, aponta estudo

Controle eletrônico de estabilidade não existe em 85% dos modelso vendidos nem como item opcional. Equipamento deve ser o próximo a ser obrigatório

O controle de estabilidade contribui muito para a segurança no veículo | Imagem: Divulgação

A adoção dos airbags frontais e dos freios com ABS fez os carros vendidos no Brasil evoluírem em matéria de segurança, mas ainda há uma grande lacuna entre o que é oferecido nesse sentido no exterior e aqui. Um dos itens mais importantes para evitar acidentes é o ESP, sigla em inglês para o controle eletrônico de estabilidade.

Sua função é controlar várias funções do carro para evitar saídas em curva e frenages erradas, entre outras possibilidades. É como um motorista eletrônico que minimiza os erros do motorista real. Mas até pouco tempo atrás, o ESP era uma exclusividade de carros de luxo. Agora o equipamento de segurança começou a equipar modelos mais baratos, inclusive alguns do segmento de compactos, como é o caso dos Ford Ka e New Fiesta e os Volkswagen Fox e Saveiro, por exemplo. Mesmo assim, de acordo com um estudo feito pelo Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária), o item ainda é raro nos automóveis mais vendidos no Brasil.

O levantamento avaliou 297 modelos oferecidos no Brasil em 940 versões. Destes, apenas 47,8% (449 variantes) contam com o ESP (Electronic Stability Program) de série. A maior oferta de automóveis equipados com controle de estabilidade está concentrada nas marcas premium, que na maioria das vezes oferecem todos os modelos de sua linha com o equipamento de série.

Nos segmentos, apenas 15% dos modelos compactos apresentam ESP, sendo que os 85% restante não oferecem o item nem como opcional. Do lado dos sedãs compactos, somente 6% das versões contam com o equipamento de série. Entre os hatches médios, 63% já dispõem do controle eletrônico de estabilidade, já nos sedãs médios o volume é menor, de 57%.

Do lado das picapes compactas, nenhum modelo avaliado oferecia o controle de estabilidade de fábrica. Por outro lado, todos os esportivos e sedãs de luxo considerados, grande parte deles importados, têm 100% das versões com o item de série.

Em comparação com o ano de 2013, a oferta de versões com ESP de série sofreu um aumento de 4%, passando de 432 para 449. De 2013 para 2014, a oferta de versões com o ESC passou de 432 para 449, alta de 4%. “Embora tímido, o crescimento indica que o equipamento começa a ficar mais difundido por aqui. Esperamos que tenha destino semelhante ao do ABS e do airbag, hoje obrigatórios. Por isso realizamos o levantamento”, afirma o diretor executivo do Cesvi, Almir Fernandes. 

A tendência é que o ESP passe a ser um item obrigatório. Na Europa, isso ocorrerá a partir de 2015 e até a nossa vizinha Argetina já decidiu exigir o equipamento em 2017 em diante. A expectativa é que as autoridades brasileiras sigam o mesmo exemplo, para o bem da população.