Nissan acerta no design do novo Murano

Precursor dos crossovers, modelo agora flerta com a atração gerada pelos grandes SUVs

Nissan Murano 2015 | Imagem: Divulgação

Quando o primeiro Murano surgiu, no Salão de Nova York de 2002, causou estranheza. Com visual de automóvel, mas altura e rodas de jipe, o modelo foi batizado pela Nissan de ‘CUV’, sigla para ‘crossover utility vehicle’.
Na época, mal havia sido absorvida a hoje famosa sigla ‘SUV’ que, de maneira geral, significa utilitário esportivo, uma definição um tanto vaga. O que a Nissan quis dizer, no entanto, agora é mais fácil de entender: um veículo que une as características de um jipe com as de um automóvel como pouco gente tinha feito até então.

O tempo passou e a tacada da marca japonesa se mostrou certeira. Os ‘CUVs’ inundaram o mercado mundial, assumindo o papel de SUVs, aventureiros e afins. A razão é que, na essência, quase todos esses utilitários esportivos mesclam um visual off-road com toques urbanos, mas não têm tanta coragem assim de encarar a lama.

Por isso a terceira geração do Murano, revelada nesta semana no Salão de Nova York, ficou livre da obrigação de inventar. E ficou melhor por isso.

‘V-Motion’

A nova geração do Murano foi baseada no conceito Resonance, revelado no Salão de Detroit de 2013, mas sem os exageros estéticos comuns a protótipos. Em vez disso, a Nissan ressaltou o conceito visual “V-Motion”, onde se destaca a grade ladeada por um enorme “V” cromado. Osa faróis têm os característicos recortes da marca, assim como as lanternas.

Mas é o formato da carroceria e as linhas laterais que tornaram o Murano 2015 mais atraente do que nunca. Cheia de ondulações, ela quebrou as monótonas linhas retas da geração anterior. O resultado é um veículo com mais cara de SUV, mas ainda assim com esportividade ressaltada.

Feito nos Estados Unidos para americanos

O novo Murano não foi mostrado pela primeira no Salão de Nova York à toa. Ele será produzido numa nova linha de montagem nos EUA, mais precisamente no estado de Mississipi, e tem tudo para agradar o público local com seu porte avantajado e, sim, o mesmo motor V6 de 240 cv da geração anterior.

O interior, por exemplo, com tons claros, é atraente e limpo, mas usa acabamento em madeira, para delírio da classe média de lá. No console central, uma ampla tela de 8 polegadas domina a cena e traz com ela o sistema NissanConnectSM, que engloba GPS e aplicativos de celular de última geração. O Murano, claro, também já adota alguns recursos de segurança considerados imprescindíveis nessa categoria como alerta de objeto em movimento, sensor de ponto cego e aviso de colisão frontal, entre outros.

De volta ao Brasil?

Há alguns anos, a Nissan decidiu focar no mercado de compactos e médios no Brasil e por isso desistiu de vender a Pathfinder, o 350Z e o Murano, mas essa estratégia foi revisada a ponto de termos pela primeira vez o sedã Altima em nosso país. Daí a trazer o novo Murano é outra história.

Quando chegar ao mercado norte-americano, no final deste ano, o Murano deve custar perto de 30 mil dólares, mas no Brasil esse valor poderia chegar fácil a R$ 150 mil ou mais. Com os altos impostos, talvez não seja uma boa idéia, mas quem pode prever o que Carlos Ghosn, presidente mundial da montadora, pensa a respeito disso.