Pajero Sport: o mais potente flex do Brasil

Utilitário esportivo da Mitsubishi é o primeiro bicombustível a utilizar um motor V6 de 205 cv

Mitsubishi Pajeto Sport Flex 2010 | Imagem: Cláudio Larangeira

Quando surgiu, em 2003, o sistema flex tinha potencial, sim, mas se imaginava que ele ficaria restrito aos motores de baixa cilindrada por uma questão de economia. Aos poucos, no entanto, foram lançadas versões mais potentes, com 2.0, 2.4 litros e agora a Mitsubishi foi além: criou, numa tacada só, o primeiro V6 bicombustível e o mais potente flex já visto no país.

O modelo que teve a honra de estrear o inédito propulsor é o Pajero Sport Flex 2010, utilitário esportivo fabricado em Catalão, GO. Com 3.5 litros, ele agora oferece 200 cv e 31,3 kgfm de torque com gasolina e 205 cv e 32,3 kgfm de torque utilizando álcool.

O objetivo da Mitsubishi é retomar o volume de vendas do ano passado quando Pajero Sport emplacava em média 450 unidades – em 2009, esse volume caiu para 270 veículos. A antiga versão a gasolina respondia por 25% de participação e, com o flex, esse percentual deve se equiparar aos modelos a diesel.

Como fez com o Pajero TR4, a MMC, empresa que detém a licença da marca Mitsubishi no Brasil, desenvolveu o sistema flex em parceria com a Magnetti Marelli e conseguiu autorização da matriz japonesa para lançá-lo aqui. Como os motores vêm do Japão, algumas alterações foram necessárias na linha de montagem, mas parte da fabricação é feita no Brasil, onde os itens do sistema flex são incorporados.

Pequenas mudanças visuais

Em relação ao modelo anterior, o Pajero Sport Flex conta agora com nova grade frontal, com grandes aletas, para-choque destacado da carroceria, spoiler com brak-light integrado, engate traseiro e sensor de estacionamento, além de retro-refletores nos para-choques traseiros.

No cockpit, os detalhes agora têm couro perfurado, acabamento em dois tons, volante com quatro raios e novos equipamentos, como o ar-condicionado digital e o rádio doubledin da Clarion com entrada auxiliar e USB e viva-voz por Bluetooth. As rodas passaram de 16 para 17 polegadas que usam pneus ATR (todo terreno) da Pirelli 255/65 de uso misto.

Estabilidade e suavidade

Para compensar o natural maior consumo de álcool, a Mitsubishi ampliou a capacidade do tanque de combustível de 75 para 90 litros. Com isso, estima-se que o Pajero possa rodar ao menos 500 km com etanol – apenas com gasolina, a autonomia pode chegar a 900 km.

Lançado no Japão em 1996 – e fabricado no Brasil desde 2005 – o Pajero Sport é um veículo de concepção antiga. Ao entrar, logo se vê um sinal claro disso: os cinzeiros nas portas, item que não presente em modelos recentes. A posição de dirigir e mesmo os bancos traseiros denunciam a origem do SUV: a picape L200. Por mais que se abaixe o assento, sua visão é elevada e o volante não acompanha esse movimento.

O espaço longitudinal, no entanto, é bom, e a suavidade do motor surpreende. Exceto em retomadas, em que o V6 desperta com seu ruído característico, o isolamento acústico é satisfatório. Outra boa surpresa é a suspensão estável que casou muito bem com os novos pneus de 17 polegadas – em curvas, o utilitário não inclina tanto quanto se imagina.

Com quatro velocidades, a transmissão possui sistema que lê o perfil de direção do motorista e adequa as respostas das marchas. Com ele e o motor flex, o Pajero Sport anda bem, mas não empolga, sobretudo em retomadas, o que seu irmão a diesel deve sair-se melhor.

R$ 10 mil a menos

Com início de vendas previsto para agosto, o Pajero Sport Flex será vendido em versão única, com transmissão automática e tração 4x4. O preço é de R$ 109 990, exatos R$ 10 mil a menos que a sua equivalente a diesel. De acordo com os cálculos da Mitsubishi, em cidades onde o álcool corresponde a cerca de 50% do preço da gasolina, o custo por km rodado da versão flex pode ser mais baixo que o do Pajero a diesel.

Rivais, ela só possui indiretos: a Hilux SW4 a gasolina, por exemplo, custa mais (R$ 156 800) e o Sorento, da Kia, R$ 15 mil a menos. Como diz a Mitsubishi, seus clientes têm um vínculo muito forte com o off-road, ao contrário de outras marcas em que os utilitários esportivos mal pisam na terra. Resta saber se os fãs da lama gostarão.

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