Palio volta a ser avaliado pelo Latin NCAP

Teste mais rígido mostrou segurança deficiente para adulto, mas resultado surpreendente em impacto lateral
Fiat Palio volta a ser testado pelo Latin NCAP

Fiat Palio volta a ser testado pelo Latin NCAP | Imagem: Divulgação

O Palio, modelo mais vendido da Fiat no Brasil, voltou a ser testado pelo Latin NCAP, órgão independente de segurança viária. A razão é que os parâmetros do crash-teste evoluíram e era preciso ver como o hatch compacto se sairia nesse novo cenário.

O resultado teve altos e baixos. No impacto frontal, o Fiat recebeu apenas uma estrela para adultos, mas três estrelas para ocupantes infantis. O ponto positivo foi a rigidez da carroceria em impacto lateral, mesmo sem airbags nessa posição. “Foi uma surpresa positiva, conseguindo um bom desempenho para um modelo popular desenvolvido localmente”, diz Alejandro Furas, secretário geral do Latin NCAP.

Segundo o instituto, a baixa nota em segurança para adultos foi consequência de marcas nos peitos dos dummies, os bonecos usados no lugar de seres humanos. O Palio havia recebido quatro estrelas na avaliação anterior.

Legislação permissiva

Outro modelo avaliado pelo Latin NCAP foi o chinês BYD F0, uma cópia não autorizada do Peugeot 107. O subcompacto, como outros tantos chineses, foi reprovado com zero estrela para adultos e uma estrela para crianças – o modelo não possui airbags frontais.

Os resultados revelados pelo Latin NCAP têm reforçado a situação de descaso em que a legislação brasileira se encontra em matéria de segurança. Sem normas mais exigentes que pudessem até mesmo impedir que veículos inadequados circulem no país, o consumidor brasileiro acaba exposto a riscos que não precisaria passar.

Essa sensação fica mais evidente em modelos de carros cujos resultados no Latin NCAP são inferiores aos de versões produzidas e vendidas em países do Primeiro Mundo. O discurso das montadoras expostas a essa incoerência é sempre o mesmo: “nossa empresa segue os parâmetros estipulados pela legislação vigente”. Ou seja, o brasileiro pode se ferir gravemente ou morrer porque a lei assim permite.