Polestar, a marca de elétricos da Volvo que já vale quase o dobro da Renault
Subsidiária criada pela marca sueca e Geely há apenas quatro anos deve abrir capital nesta semana com a ambição de concorrer com a Tesla, de Elon Musk
Na Inglaterra é possível cruzar com certa frequência com um compacto fastback que lembra um modelo da Volvo, mas traz como logomarca uma estrela estilizada de quatro pontas.
O modelo em questão traz um visual esportivo e roda de forma silenciosa por onde passa. Sim, estou falando do Polestar 2, o veículo, digamos, mais popular da marca de elétricos criada pela Volvo e a Geely em 2017.
Apesar da fundação quatro anos atrás. a Polestar existe há bem mais tempo. Sua origem envolve o automobilismo como Polestar Racing, equipe que disputava campeonatos de turismo na Suécia e acabou fechando uma parceria com a Volvo em 2009. Em 2015, a montadora transformou a Polestar em uma linha esportiva de seus carros até que dois anos depois a estratégia foi modificada para o atual formato.
No Reino Unido, o Polestar 2 custa quase 40 mil libras atualmente (pouco mais de R$ 290 mil em valores atuais) tem ganhado espaço no ainda restrito mercado de veículos 100% elétricos.
Com tecnologia bastante avançada, que inclui uma central multimídia feita pelo Google, diversos sistemas de assistência à direção e som apurado, o Polestar 2 é vendido em três versões, com um ou dois motores elétricos.
Na versão básica, o modelo tem autonomia de 440 km e potência de 221 cv, já na intermediária a potência sobe para 228 cv e a autonomia, para 540 km. Em ambos, o 0 a 100 km/h é feito em apenas 7 segundos.
A versão mais luxuosa traz tração integral e dois motores com potência combinada de 402 cv. O alcance sem recarga é um pouco menor que o modelo do meio, de 480 km, mas o Polestar 2 pode ir de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos – o preço nesse caso é um pouco maior, de 45,9 mil libras (R$ 335 mil, aproximadamente).
SUV elétrico a caminho
Somente no Reino Unido já circulam 3 mil unidades mas, segundo o CEO da empresa no país, Jonathan Goodman, somente neste ano 4 mil veículos serão emplacados no mercado. O executivo mostra otimismo em entrevista à Autocar ao afirmar que o problema da marca se resume apenas ao fornecimento já que a demanda tem surpreendido as expectativas.
Tanto assim que a Polestar deve anunciar nesta semana a abertura de seu capital. Segundo a Reuters, a fabricante de elétricos deve receber investimento de cerca de US$ 20 bilhões do fundo ores Guggenheim.
Trata-se de um valor de mercado que equivale ao dobro do tradicional grupo Renault – e que já flerta com elétricos puros há mais de uma década.
O otimismo com a Polestar não é sem razão. A fabricante sueca, que recebeu uma injeção de capital de US$ 550 milhões neste ano, está prestes a colocar no mercado um SUV 100% elétrico, o Polestar 3.
O novo automóvel, que terá um porte bastante grande, dividindo plataforma com o XC90, da Volvo, ainda não foi revelado pela marca. Mas sua produção ocorrerá nos Estados Unidos, na fábrica que a montadora sueca possui na Carolina do Sul.
A despeito de a própria Volvo já estar em vias de eletrificar sua linha de veículos, fato é que a Polestar se encontra numa posição privilegiada, que permite a ela ousar competir com ninguém menos que a Tesla, do bilionário Elon Musk.
A boa aceitação dos seus dois primeiros modelos (além do Polestar 2, há o pioneiro sedã híbrido Polestar 1) e o iminente anúncio de investimentos devem fazer da marca sueca mais uma estrela do mercado automobilístico nos próximos anos, como já denuncia seu logotipo.
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