Ranking 2010: quem realmente ganhou
Montadoras divulgam crescimento, mas poucas aumentaram sua fatia no mercado brasileiro
O ano começou com as marcas de automóveis dizendo em alto e bom som que cresceram em 2010 e, em alguns casos, até bateram recordes. Mas o aparente otimismo esconde números bem menos positivos.
De acordo com a Anfavea, o mercado brasileiro cresceu 10,6% em 2010 se comparado a 2009. Ou seja, quem não acompanhou ou superou essa taxa perdeu espaço na preferência do consumidor. Foi o que aconteceu principalmente com as líderes Fiat e Volkswagen. A primeira voltou a terminar o ano em 1º lugar, mas o resultado não deveria ser comemorado. De 24,6% de participação, a montadora italiana caiu para 22,9% no ano passado (veja infográfico abaixo). A VW foi pior: perdeu 1,8% de mercado, estacionando em 21%, enquanto a 3ª colocada Chevrolet conseguiu um pequeno avanço – de 19,7% para 19.8%.
Ainda com o efeito do IPI reduzido e com o maior poder de compra da população seria natural que as marcas mais conceitudas conseguissem ampliar seu público, mas não foi o que aconteceu com a Honda. A marca japonesa patinou em 2010, vendendo praticamente o mesmo volume de 2009. Com isso perdeu o posto de 5ª colocada para a Renault, uma das marcas que mais cresceram no país (de 3,9% para 4,8%). A rival Toyota e a francesa Peugeot foram outros que experimentaram um marasmo em meio ao carnaval que imperou em outras redes. Ambas mal acompanharam a evolução geral e por isso marcaram passo.
Como previsto pelo AUTOO, as coreanas Hyundai e Kia tiveram a expansão mais impressionante. A primeira pulou de 9º para 7º lugar no ranking, abocanhando 3,2% do mercado e a segunda teve um crescimento de mais de 125%, o maior entre as marcas que vendem acima de 50 mil carros por ano.
Chineses saem do anonimato
Entre as marcas de volume menor de vendas, o destaque ficou com a chinesa Chery que já detém 0,2% do mercado. Parece pouco, mas os emplacamentos dos modelos da montadora subiram 1.309% entre 2009 e 2010 e devem crescer ainda mais em 2011. Já entre as marcas premium, a alemã BMW continuou sua escalada ao atingir mais de 8,5 mil unidades vendidas, que a fez atingir 0,3% do mercado – há dois anos, a montadora mal vendia 2 mil carros no Brasil.