Saiba o que fazer para dirigir com segurança sob neblina

Situação é comum nessa época do ano e requer muitos cuidados por parte do motorista

Nevoeiros exigem cuidados redobrados por parte do motorista | Imagem: Getty Images

O grave engavetamento causado pela neblina na Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, no dia 15 de setembro - que deixou um saldo de cerca de 300 veículos envolvidos, uma vítima fatal e 51 feridos, segundo a Polícia Rodoviária estadual - foi o maior acidente do gênero já ocorrido nas estradas brasileiras e serve como alerta para os motoristas que trafegam pelas estradas com regiões serranas.

Causados, na maioria das vezes, por condições climáticas adversas – como chuvas torrenciais, neblina ou até mesmo neve, em outros países – os engavetamentos também são o resultado de uma sucessão de imprudências.

Mas, então, como proceder ao se deparar com uma situação dessas?

A formação do fenômeno conhecido como neblina, nevoeiro ou cerração pode acontecer em questão de minutos, e é comum nesta época do ano, no período entre a madrugada e amanhã, por causa do choque de temperaturas entre uma massa de ar quente e outra fria, especialmente em regiões de serra ou próximas ao mar.

De acordo com Roberto Manzini, diretor do centro de pilotagem e direção defensiva que leva o seu nome, a primeira medida a ser tomada pelo motorista é buscar informações, por meio do radio ou internet, sobre o tempo e as condições de tráfego antes de colocar o carro na estrada. Em certas rodovias, como é o caso da Imigrantes, essas informações também são disponibilizadas, em tempo real, por meio de painéis luminosos ao longo do percurso.

Outra medida importante em qualquer situação - mas especialmente nesta – é a de ver e ser visto. Por isso, é fundamental que o veículo esteja com o sistema de iluminação (luzes de direção, faróis, lanternas) em perfeitas condições, bem como as palhetas do limpador do para-brisa e o reservatório de água do lavador sempre cheio. Para evitar o embaçamento dos vidros, acione a ventilação ou o ar-condicionado, ou ainda mantenha as janelas abertas.

Uma vez envolvido pelo nevoeiro, o primeiro passo, segundo Manzini, é reduzir a velocidade e, em seguida, aumentar a distância do veículo que vai à frente. Por causa da cerração, a pista se torna úmida e escorregadia, o que aliado à falta de visibilidade, reduz drasticamente o tempo e o espaço de reação de quem está ao volante. Em uma velocidade menor e distante do veículo que o antecede, o motorista poderá dispor de preciosos metros e frações de segundos a mais, que podem significar a diferença entre evitar a colisão (ou mesmo reduzir suas consequências), e um acidente mais sério e até fatal.

A partir daí, o motorista deve acender o farol baixo (a luz alta prejudica ainda mais a visibilidade) e se orientar pelas faixas de sinalização da pista. Em veículos equipados com esses recursos, os faróis e a lanterna de neblina devem ser acionados. Evite fazer ultrapassagens e, ao mudar de faixa, sinalize a manobra com as luzes de direção (pisca-pisca).

Um cuidado que vale para qualquer situação é o de não trafegar na faixa utilizada pelos caminhões e ônibus, pois em caso de colisão, os danos provocados por esses veículos pesados sobre os automóveis são muito mais graves.

Caso a neblina esteja demasiadamente espessa, é aconselhável procurar um local seguro para estacionar, evitando parar no acostamento; o melhor é abrigar-se em um posto de serviços ou uma base da polícia rodoviária; em ultimo caso, o motorista poderá utilizar a área externa do acostamento, estacionando sobre a grama, por exemplo, e só então acionar o pisca-alerta. Jamais se deve parar sobre a faixa de rolamento, nem mesmo ligar as luzes de alerta com o carro em movimento.

Por fim, se o trânsito for interrompido e o motorista não tiver outra alternativa a não ser parar sobre a faixa de rolamento ou no acostamento, todos os ocupantes devem deixar o veículo o mais depressa possível, tomando cuidado com os veículos ao redor, e procurar um local seguro à margem da rodovia.

Entretanto, acima de todas dessas precauções, vale recomendação básica: se possível, sob condições adversas, adie a viagem.