Teste: Volkswagen Golf GTE

Primeiro híbrido da marca no Brasil, Golf GTE traz receita interessante
Volkswagen Golf GTE

Volkswagen Golf GTE | Imagem: Divulgação

Lançado há cerca de um mês no Brasil, o Volkswagen Golf GTE pode parecer uma estreia um tanto quanto anacrônica por parte da marca, em razão, é claro, da oitava geração do hatch médio chegar ao mercado europeu em breve. Mas o Golf GTE deve ser encarado muito mais como um modelo que tem a missão de introduzir a eletrificação na gama VW por aqui do que marcar uma sobrevida para o hatch. Prova disso é que o Golf GTE custa caro (R$ 199.990) e será comercializado apenas nas cidades de Brasília, São Paulo e Curitiba, locais considerados “estratégicos” pela marca. Com o Golf em processo de transição de gerações nos países onde segue produzido, a VW nem teria condições de promover a importação de lotes muito maiores do hatch ao Brasil, até porque o volume simbólico de vendas certamente não justificaria o investimento.

Em um contato mais prolongado com o Golf GTE, contudo, a proposta de eletrificação da VW agrada bastante quando convivemos com o modelo.

Vale a pena salientar que o Golf GTE é um dos raros híbridos plug-in que encontramos no mercado nacional, ou seja, modelos que contam com um sistema de propulsão mais robusto e que permitem o carregamento da bateria em uma fonte externa. No caso do hatch, se você sair de casa com ela carregada é possível rodar por cerca de 50 km consumindo apenas eletricidade e sem emitir nenhum gás poluente para a atmosfera. Segundo estimativas da VW, essa autonomia do Golf GTE em modo elétrico é capaz de atender às necessidades de deslocamento de sete em cada dez moradores de um grande centro urbano.

Somente com o motor elétrico em ação, o Golf GTE tem 102 cv e 33,6 kgfm de torque em seu “e-mode”, alcançando até 130 km/h de velocidade máxima. No uso cotidiano pela cidade, graças ao ótimo nível de força sempre disponível, o Golf GTE é um carro muito agradável de ser conduzido e ainda temos a vantagem do nível de ruído praticamente inexistente graças a não atuação do motor térmico. Como ocorre em um automóvel elétrico, é possível ouvir apenas o contato dos pneus com o solo em velocidades mais baixas e o alcance do modelo é mais do que suficiente para ir de casa até o trabalho e retornar sem a necessidade de recarregar o modelo.

O que é interessante no caso do Golf GTE – em especial no Brasil, onde ainda não temos uma infra-estrutura preparada para o universo de carros puramente elétricos – é a presença do motor 1.4 TSI, que pode entrar em ação para ampliar a autonomia do hatch ou oferecer um nível de desempenho bastante animador. Com seus motores atuando de forma combinada, o Golf entrega até 204 cv e 35,7 kgfm de torque no modo esportivo GTE, acelerando o hatch médio de 0 a 100 km/h em rápidos 7,6 segundos e seguindo até 222 km/h de velocidade máxima. Todo o sistema pode oferecer uma autonomia na casa de 900 km para o Golf GTE, número equivalente ao de muitos veículos a diesel com a vantagem da agressão muito menor ao meio-ambiente.

Quem acha que pode se “perder” no comando do Golf GTE, a operação do modelo, como é esperado, é amplamente controlada pelos sistemas eletrônicos e pode ser determinada pelo motorista por meio de quatro modos pré-configurados. Como já citamos, o “e-mode” torna o Golf GTE um carro elétrico, desde que a bateria conte com carga suficiente. Para realizar o carregamento, é possível utilizar uma tomada convencional de 220V ou aparelhos do tipo Wallbox.

Há também o “modo híbrido”, em que o sistema se encarrega de balancear o uso dos motores elétrico ou a combustão de acordo com o uso do carro, priorizando aquele que é mais eficiente para impulsionar o hatch no momento. Podemos esperar aqui médias que gravitam na casa de 22 km/l na cidade e 19 km/l na estrada.

O “modo recarga”, por sua vez, faz com que apenas o 1.4 TSI a gasolina movimente o Golf GTE, nesse caso dispondo de até 150 cv e 25,5 kgfm de torque, carregando também a bateria durante os deslocamentos.

A máxima esportividade é obtida na configuação GTE, que conta com uma tecla dedicada no console central, em que o Golf esbanja toda sua esportividade sem deixar de lado a consciência ambiental.

O Golf GTE também é uma prova de toda a sofisticação e, sobretudo, a versatilidade que a plataforma MQB é capaz de entregar, tanto que ela foi apenas atualizada para a oitava geração do hatch. Concebida já em uma era onde a eletrificação se faz cada vez mais relevante, o Golf GTE acomoda seus motores elétrico e a combustão, bem como a bateria do sistema híbrido, sem retirar nenhum espaço dos ocupantes ou do porta-malas. Se você sair de um Golf VII até então fabricado no Brasil e entrar no híbrido GTE sem olhar o logotipo de lado de fora, sequer iria notar a diferença entre o habitáculos dos dois exemplares.

Falando da parte interna, uma brincadeira muito interessante da Volkswagen por dentro do Golf GTE é a remissão ao tradicional tecido xadrez com detalhes vermelhos Golf GTI, sendo que ele ganha elementos na cor azul para a versão eletrificada. O Golf GTE destinado ao Brasil chega em versão única e pelo valor pedido a Volkswagen traz um bom nível de equipamentos, com destaque para itens mais avançados como o painel de instrumentos digital, a central multimídia completa com tela de 9,2” e que também aceita comandos por gestos, além do piloto automático adaptativo.

Se olharmos para a balança, é claro que o sistema híbrido mais robusto do Golf GTE cobra a conta ao registrar um peso em ordem de marcha de 1.524 kg, enquanto um Golf GTI até então fabricado no Brasil contava com 1.317 kg, mas vale a pena destacar que a gordurinha extra do GTE não comprometeu em nada o comportamento dinâmico do hatch. Como já dissemos, a plataforma MQB sempre teve um olho na eletrificação e a engenharia da VW soube distribuir muito bem as massas na estrutura do Golf GTE para que ele mantivesse as respostas ao volante exemplares que esperamos encontrar em um Golf de apelo esportivo.

Voltando para o começo do texto, a Volkswagen promete uma “estratégia robusta” para a eletrificação de sua gama na América Latina, que deverá contemplar o lançamento de ao menos seis modelos, entre elétricos e híbridos, por aqui até 2023. Coube ao Golf GTE abrir as portas para essa estratégia em grande estilo aqui no Brasil, uma vez que seu conjunto, apesar de ainda caro, ser capaz de demonstrar como um automóvel eletrificado pode ser extremamente inteligente no uso. Se você tem R$ 200 mil para gastar em um automóvel, pode ser uma das melhores compras que você fará no momento, em especial se leva em conta a questão ambiental e não quer abrir mão de conforto, bom nível de equipamentos e prazer ao dirigir.

Interessante destacar, antes de terminarmos, que o Grupo Volkswagen aqui no Brasil, portanto em conjunto com suas marcas Audi e Porsche, firmou um parceria com a empresa de distribuição de energia elétrica EDP para instalar novas estações de recarga para carros elétricos no país.

“Serão 29 postos de 150 kW e um posto de 350 kW - capazes de reabastecer a bateria de um carro elétrico rapidamente - e mais 30 equipamentos de 22 kW (AC). Assim, cada ponto de recarga terá uma estação ultrarrápida e uma semirrápida. Elas serão instaladas nas rodovias Tamoios, Imigrantes, Carvalho Pinto, Governador Mário Covas, Dom Pedro, Washington Luís e Régis Bittencourt. Esta rede será interligada a outras já existentes no País, conectando um total de 64 pontos de carregamento, formando um corredor de 2.500 km de extensão, ligando os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina (de Vitória a Florianópolis)”, destaca a VW.

Logo, tudo isso vai permitir que os futuros modelos de propulsão alternativa do conglomerado alemão rodem com mais tranquilidade no Brasil, posicionando o país de vez na rota da eletrificação.

 
 
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