Volkswagen diz que 17 mil picapes podem burlar emissões no Brasil
Montadora reconheceu nesta quarta-feira que o modelo Amarok utiliza o software que provocou o escândalo nos Estados Unidos, mas não sabe confirmar se a picape não atende os níveis de poluentes no país
Um mês após a EPA, a agência ambiental americana, revelar que a Volkswagen havia burlado os testes de emissão de seus carros a diesel nos Estados Unidos, o problema chegou ao Brasil. A montadora divulgou nota nesta quarta-feira (21) reconhecendo que cerca de 17 mil veículos utilizam o software que altera o funcionamento do motor para emitir menos óxido de nitrogênio e assim enganar os testes de emissão.
Todos as unidades são da picape Amarok, único modelo a usar o motor turbodiesel EA189, mas apenas os veículos produzidos em 2011 e parte de 2012 usam essa versão do software – nos modelos mais recentes, esse problema não existe, afirma a VW.
Segundo a marca, apenas no primeiro trimestre de 2016 será possível saber se esses veículos alteraram o resultado de testes no país. Apesar disso, a Volks afirma que “uma atualização do software se encontra em desenvolvimento pela matriz da empresa na Alemanha para aplicação nos países afetados”.
Como funciona
O software desenvolvido pela Volks utiliza um expediente simples para melhorar o resultado das emissões. Quando o veículo está numa bancada de testes, não há esterço do volante mesmo com o carro ‘rodando’ sobre rolos. A sacada foi mudar o mapeamento da injeção quando o sistema percebe que a direção está inerte por muito tempo. Ao voltar a rodar nas ruas, o software volta a trabalhar com o mapeamento normal e passa a emitir mais o NOx (óxido de nitrogênio).
Veja abaixo os veículos que podem ter sido afetados pelo software:
VEICULO |
ANO-MODELO |
CHASSIS NÃO SEQUENCIAIS |
Amarok
|
2011 2011 2012 |
BA000257 até BA000338 B8000200 até B8082605 CA001950 até CA026145 |