VW poderá recomprar 500 mil carros nos EUA

Ação faz parte do acordo de recall estabelecido com as autoridade após o escândalo do ''dieselgate''
Motor 1.6 TDI, um dos envolvidos no dieselgate

Motor 1.6 TDI, um dos envolvidos no dieselgate | Imagem: Divulgação

Uma notícia veiculada pela Reuters está dando o que falar nesta semana. Segundo a agência, o grupo Volkswagen conseguiu estabelecer um acordo com as autoridades norte-americanas envolvendo o recall dos modelos afetados pelo “escândalo do diesel” e, dentre as condições estabelecidadas, a empresa vai oferecer a recompra de 500 mil veículos equipados com o motor 2.0 TDI.

A medida, por lá, vai contemplar modelos como os Volkswagen Golf e Jetta, além do Audi A3. Já as outras 80 mil unidades que contam com o 3.0 TDI, presente em modelos da Audi, Porsche e VW, não terão a possibilidade de recompra. A Volkswagen, contudo, ainda terá que criar um fundo de compensação para os proprietários de carros afetados pelo problema e também deverá oferecer alternativas para reparar os modelos, caso o dono tenha interesse. 

Quem optar por vender os modelos, além de pagar o valor de tabela, a Volkswager terá que oferecer um bônus sobre o preço do veículo calculado antes da eclosão do “dieselgate”, o que causou uma sensível desvalorização nos produtos.

Não se sabe qual será o custo total para realizar todas as ações por parte da Volkswagen, mas consultores estimam que o conglomerado alemão irá gastar entre 10 e 20 bilhões de euros ao redor do mundo para atender as demandas dos órgãos reguladores.

Lembra da Troller Pantanal?

Uma campanha semelhante de recompra ocorreu em 2008 no Brasil. A Ford, que havia comprado a Troller em janeiro de 2007, decidiu recomprar todas as 77 unidades da picape Pantanal que a marca brasileira colocou nas ruas. Na época, ficou constatado que o chassi do modelo poderia trincar se submetido a esforços, em especial em terrenos acidentados. Apesar disso, não foi registrado nenhum acidente envolvendo a Troller Pantanal.

Entenda o “dieselgate”

O “escândalo do diesel” ou “dieselgate”, como foi apelidado, feriu não só a reputação da Vokswagen como da indústria automotiva. O assunto surgiu em setembro de 2015, quando a agência ambiental norte-americana descobriu, após a realização de alguns testes, que os carros a diesel da Volkswagen contavam com um software (“dispositivo de defesa”, como foi chamado) que alterava as condições de funcionamento do motor quando ele era submetido a testes de bancada. Ele voltava a operar normalmente (e poluindo mais) quando o carro encontrava-se em movimento. De acordo com a EPA, a agência norte-americana, alguns modelos emitiam até 40 vezes mais poluentes do que o aceitável.