Anfavea sinaliza que programa de renovação de frota ''está no radar''

Produção automotiva regride quase 100% por conta do novo coronavírus
Hyundai HB20 2019

Hyundai HB20 2019 | Imagem: Divulgação

Um bom tamanho do impacto da pandemia desencadeada pelo novo coronavírus pode ser constatado nos números da Anfavea referentes ao mês de abril divulgados nesta sexta-feira (8).

Segundo a associação que reúne os produtores de veículos no país, a produção automotiva caiu exatos 99% na relação entre os meses de abril e março deste ano. Comparando o mês de abril de 2020 com o mesmo período do ano passado, a queda atingiu 99,3%. A Anfavea aponta que desde 1957, quando começou a série histórica da indústria automobilística, nunca foi registrada uma produção mensal tão baixa.

“Com quase todas as fábricas paradas ao longo do mês, apenas 1.847 veículos foram produzidos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Além disso, foram produzidas 1.752 máquinas autopropulsadas, 59% a menos que em março. O setor de máquinas agrícolas é considerado essencial pelo governo federal mesmo em período de pandemia, pois ajuda a manter o nível da colheita do setor rural”, destaca a Anfavea.

Só no período de janeiro a abril deste ano em relação ao mesmo quadrimestre de 2019, o país registra uma diminuição de 39,1% da indústria automotiva. Os licenciamentos de veículos, de 55,7 mil unidades, foram 76% menores que em abril de 2019, pior resultado em 20 anos. O segmento de caminhões recuou 53,5% no mesmo período, e o de máquinas caiu 23,9%. Já as exportações despencaram 79,3% para veículos (pior volume desde janeiro de 1997) e 62,1% para máquinas, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Durante a coletiva virtual realizada pela Anfavea, o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, mencionou em uma das respostas aos jornalistas que participaram do encontro que a eventual aposta em um programa de renovação de frota estaria “no radar” da Anfavea como uma tentativa de estimular uma retomada mais forte do setor. Segundo Moraes, alguns grupos da entidade estão realizando estudos sobre o tema.

A medida viria em boa hora, em especial considerando que os estoques gravitavam em 237 mil unidades entre fábricas e concessionárias na virada do mês passado, volume suficiente para quatro meses de vendas no ritmo lento atual. Isso ajuda a explicar a dificuldade das montadoras em retomar a produção em todas as fábricas. O único indicador positivo, contudo, fica por conta do nível de empregos diretos na indústria, que se mantém num patamar acima dos 125 mil na soma das 26 associadas da Anfavea.

“É preciso em primeiro lugar proteger a saúde dos funcionários, e ao mesmo tempo encontrar meios para que o Brasil não entre numa recessão tão grave que possa levar o país a um colapso. Isso exige um engajamento coordenado de toda a sociedade e também do Estado brasileiro, com foco absoluto na saúde e na economia. Não é hora de ruídos políticos que só desviam as atenções do que realmente interessa à população brasileira no momento de uma crise sem precedentes”, declarou Luiz Carlos Moraes.

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