Berço da indústria automobilística, Detroit pede falência

É a maior quebra de um município na história do país; cidade deve US$ 18 bilhões

O Renaissance Center, a central da GM, é um dos marcos de Detroit | Imagem: Getty Images

Detroit, no estado de Michigan, nos Estados Unidos, entrou na semana passada com pedido de falência. A cidade é o berço da indústria automobilística norte-americana e um dos locais no mundo que mais foi afetado pela crise financeira de 2008, que teve como uma das principais causas a bolha financeira inflada pela venda desenfreada de carros a prazo nos EUA.

Kevyn Orr, prefeito de cidade, afirma na carta de falência “que a situação de emergência financeira da cidade não pode ser abordada sem esse pedido e essa é a única alternativa viável no momento”. Segundo agências internacionais, Detroit deve cerca de US$ 18 bilhões (cerca de R$ 40,3 bi) e essa é a maior “quebra” de um município na história dos EUA.

O objetivo da ação é oferecer proteção à cidade contra seus credores, ao passo que um novo plano de negociação é desenvolvido para ajuste de pagamento das dívidas. Uma estratégia apresenta neste ano, com drástica redução no valor da dívida, enfrentou dura resistência dos credores e acabou descartado para uma revisão.

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Repleta de fábrica de automóveis, algumas ativas e outras já abandonadas, Detroit concentrou as principais montadoras do país no início do século XX. Ford, General Motors e Chrysler iniciaram suas atividades na própria cidade ou em municípios vizinhos. Toyota, Honda, Nissan, entre outras marca também se instalaram na cidade, aproveitando o vasto parque industrial da região.

Depois da crise e seus efeitos, Detroit virou uma cidade fantasma. Casas foram incendiadas em fraudes de seguro, parte da população desempregada partiu para outras regiões e as verbas de manutenção da cidade caíram drasticamente, o que fez aumentar a criminalidade e a deterioração do município.