De forma discreta, Volvo pode se tornar a 20ª marca mais vendida

Marca de luxo sueca aos poucos amplia sua presença no Brasil mesmo sem fábrica no país
Volvo XC90 2016

Volvo XC90 2016 | Imagem: Divulgação

Ao contrário das britânicas Land Rover e Jaguar que, de forma agressiva, passaram a vender mais carros não só no Brasil como no mundo, a sueca Volvo teve um longo caminho até deixar para trás a herança nem sempre positiva da Ford, sua ex-proprietária.

Nas mãos dos chineses da Geely, a Volvo passou por momentos difíceis ao precisar buscar uma plataforma própria de veículos e motores e manter a aura de segurança, mas apostando em projetos mais ambiciosos. O resultado demorou a chegar e teve alguns imprevistos como acidentes com carros que supostamente eram autônomos, mas agora, ao menos no Brasil, pode se dizer que a fabricante parece ter encontrado um foco seguro.

Em 2016, a Volvo tem ampliado sua participação no mercado, embora ainda ela seja modesta, de apenas 0,17%. Mas ele era metade disso há dois anos e dois pontos ajudam a explicar o trabalho da marca. O primeiro é que ela está presa ao Inovar-Auto e por isso não tem como passar a marca dos 4,8 mil carros por ano – se o fizer pagará IPI extra, tornando o preço dos veículos impraticável. O segundo é não ter cedido à tentação de abrir uma fábrica no país, algo que foi cogitado seriamente.

Parece uma decisão ruim já que suas rivais estão em território nacional, mas o investimento certamente não teria compensado com a demanda em baixa. E apenas para dizer que seu carro é “concluído” no Brasil.

Ex-marca de um carro só

Nos últimos anos, a Volvo sobreviveu no mercado brasileiro por conta de um modelo, o XC60. O SUV de porte médio tem preço atraente e visual que agradou desde que chegou ao país. Em 2014, por exemplo, ele respondeu 69% das vendas da Volvo, mas isso está mudando por uma boa razão. Novos produtos começaram a dividir o interesse, como o V40, que hoje representa 16% das vendas, e do novo XC90, SUV de grande porte e primeiro modelo desenhado pela “nova” Volvo. Este ano, ele já possui quase 11% dos emplacamentos.

O crescimento num ano de crise – mesmo entre as marcas premium – já colocam a Volvo próxima da 20ª posição no ranking. Hoje ela ocupa a 21ª colocação, com 1.948 unidades vendidas até julho e está a menos de 80 carros da Suzuki, a última do “top 20”. Se mantiver o ritmo, a marca sueca deve entrar no seleto grupo, algo que para a discrição do grupo, seria um feito e tanto num mercado tão fechado e debilitado.