Fernando Calmon

Engenheiro e jornalista especializado desde 21 de agosto de 1967, quando produziu e apresentou o programa Grand Prix na TV Tupi (RJ e SP) até 1980

Entre os 10 principais executivos do setor, nome mais poderoso fala português

Lista aponta os atuais líderes mais influentes da indústria automotiva no mundo

Você pode pensar que o homem mais rico do mundo, o sul-africano-canadense naturalizado americano Elon Musk, dono da fábrica de elétricos Tesla, da companhia aeroespacial SpaceX e pronto para comprar a rede social Twitter, entre outras atividades como a empresa de inteligência artificial Neuralink e a de transporte Hyperloop, pudesse aparecer facilmente em primeiro lugar em uma lista de 100 mais poderosos nomes da indústria automobilística mundial.

Entretanto, os editores da Autocar Business, braço informativo de negócios empresariais da revista inglesa Autocar, a mais antiga publicação focada em veículos do mundo (circula desde 1895), chegaram a um resultado diferente. Eles cruzaram avaliações de todos os tipos, incluíram executivos de marcas chinesas e de dezenas de fabricantes de autopeças e fornecedores dos essenciais chips semicondutores.

O resultado apontou o português Carlos Tavares, da Stellantis, como o executivo mais importante entre os 10 primeiros. Em segundo lugar, empatados, Akio Toyoda (Toyota) e Elon Musk; em quarto, Euisun Chung (Hyundai); em quinto, Herbert Diess (VW); em sexto, Jim Farley (Ford); em sétimo, Oliver Zipse (BMW); em oitavo, Ola Kallenius (Mercedes-Benz); em nono, Mary Barra (GM); em décimo, Li Shufu (Geely, holding chinesa dona, entre outras, da Volvo, Lotus, Proton e de 10% da Mercedes-Benz).

Stellantis é composta por 14 marcas de veículos:

Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, RAM e Vauxhall.

Carlos Tavares, CEO da Stellantis
Carlos Tavares, CEO da Stellantis
Imagem: Divulgação

Peugeot 208 e motor Fiat: sinergia certa

A marca francesa estava fora do mercado de modelos compactos com motor de 1 litro há 16 anos. Quando a PSA inaugurou sua fábrica no Brasil em 2001, 70% das vendas de automóveis novos tinham essa cilindrada por um motivo simples: IPI de 7%, contra 11% (etanol ou flex) e 13% (gasolina) para motores entre 1 e 2 litros. Decidiu então comprar motores Renault de 1 litro por um período que terminou em 2005, embora também oferecesse seus próprios motores de 1,6 e 1,4 litro. Veículos de 1 litro (incluídas as versões turbo) ainda hoje representam 44% de todas as vendas no mercado brasileiro (ano 2021; em 2020, 48%).

Stellantis, resultado da fusão PSA e FCA no final de 2019 e consolidada em janeiro de 2021, trouxe sinergias inquestionáveis e bem- sucedidas. Já era esperado que no Brasil motores e câmbios da Fiat estivessem em produtos tanto da Peugeot (208) quanto da Citroën (novo C3 que chega este mês). O primeiro resultado concreto vem de duas novas versões do argentino 208 (Like e Style), agora com o motor de três cilindros Firefly de 1 litro e câmbio manual de cinco marchas, ambos de origem e produção Fiat, que hoje estão no Argo.

Não existem diferenças em termos de potência e torque entre os modelos da Fiat e da Peugeot: 75 cv (E)/71 cv (G) e 10,7 kgf.m (E)/10 kgf.m (G). Mas exigiu reformulações nos itens periféricos do motor e semiárvores de transmissão. O 208 é um pouco mais pesado (apenas 25 kg) que o italiano. Em desempenho, portanto, o Argo talvez tenha uma vantagem só perceptível no cronômetro. Porém o 208 é mais bonito e sua posição de guiar se destaca com o quadro de instrumentos acima do volante de diâmetro reduzido, solução exclusiva da Peugeot.

A fábrica francesa oferece preços promocionais agora no lançamento bem competitivos: R$ 72.990 (Like) e R$ 79.990 (Style). A segunda inclui até teto solar panorâmico, defletor traseiro, além de multimídia de 10,3 pol., carregador de celular por indução protegido por tampa, câmera traseira com sensores de estacionamento e quatro airbags. Com certeza haverá uma atualização de valores em breve.

Peugeot 208 2023
Peugeot 208 2023
Imagem: Divulgação

Audi Q3 Sportback: SUV cupê que faltava

Perfil elegante, desenho mais refinado de para-choque e grade, banco traseiro corrediço com sete posições de ajuste do encosto, duas versões de acabamento, porta-malas de 530 litros (o maior entre os SUVs médios-compactos) e tração 4x4. O Q3 Sportback começará a ser produzido no regime SKD (semidesmontado), na fábrica de São José dos Pinhais (PR), ao lado do SUV tradicional Q3 também com a tração quatro, a partir de agosto próximo. Antes o Q3 nacional só oferecia tração dianteira. A diferença de comprimento entre os dois é de apenas 1,6 cm.

Interior foi reformulado. Há integração apenas por fio de Android Auto e Apple CarPlay com a tela multimídia de 8,8 pol. Oferece quatro portas USB 3 (duas na frente e duas atrás). Motor 2.0 TFSI de 231 cv e 34,7 kgf.m assegura grande agilidade em trânsito urbano e rodoviário. Acelera de 0 a 100 km/h em 7 s. Mesmo com altura de rodagem mais elevada (1,85 cm na frente e 1,35 cm atrás na especificação Brasil) demonstra comportamento dinâmico sem sustos em todos os tipos de curvas. Câmbio automático Tiptronic trabalha de forma precisa e tão rápida que são quase imperceptíveis as oito trocas de marcha. A Audi espera que as versões
Sportback respondam por mais de 40% das vendas entre os Q3. Preços vão de R$ 315.990 a R$ 339.990. 

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