Fábrica do Corolla no Brasil vai dar adeus em 2026; será o fim do sedã?

Produção da Toyota no Brasil ficará concentrada em Sorocaba (SP), que terá R$ 11 bilhões em investimentos até 2030
Toyota Corolla na linha de montagem em Indaiatuba (SP), que será desativada em 2026

Toyota Corolla na linha de montagem em Indaiatuba (SP), que será desativada em 2026 | Imagem: Divulgação

A Toyota decide transferir suas operações de Indaiatuba (SP) para Sorocaba (SP) a partir de 2025, com conclusão no ano seguinte. De acordo com a fabricante, todos os 1,5 mil funcionários de uma fábrica terão a opção de continuar trabalhado na outra, que receberá investimentos de R$ 11 bilhões até 2030. 

O caminho que a Toyota está traçando é parecido com o da Honda, que resolveu transferir a produção de veículos para Itirapina (SP), deixando Sumaré (SP) para montagem do conjunto motor, incluindo fundição e usinagem, injeção plástica, ferramentaria, engenharia de qualidade, planejamento industrial, P&D, áreas administrativas da Honda South America, Centro de Treinamento Técnico e Divisão de Peças. 

Mas será que, assim como a Honda parou de produzir o Civic no Brasil, a Toyota vai deixar de fabricar o sedã Corolla no país? O modelo é fabricado desde 1998 em Indaiatuba e logo se tornou o modelo mais vendido do segmento, com um público fiel, que sempre prestigiou as qualidades do carro, que o foi o mais vendido do mundo até 2022, quando perdeu o posto para um SUV, o RAV4

Apostas se voltam para o SUV do Corolla

Linha 2025 do Toyota Corolla Cross terá mudanças sutis no visual,mas corrigirá os deslizes do modelo atual
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Imagem: Divulgação

Não é de hoje que o segmento de sedãs médios vem perdendo participação nas vendas. Em 2022, tinha 3,6%, passando para 3,2% em 2023 e está em 3,1% no primeiro bimestre de 2024, ante 47,5% dos SUVs, que acabaram abocanhando clientes de outras fatias do mercado. Além disso, vários sedãs compactos estão com tamanho e nível de equipamentos bem próximos dos médios, entre os quais Volkswagen Virtus e Nissan Versa

No portifólio das fabricantes no Brasil, a GM perdeu o Cruze, que vinha da Argentina e não é mais fabricado. A VW traz apenas a versão GLI do Jetta do México. A Stellantis desistiu de vez do segmento, assim como as francesas Renault, Peugeot e Citroën, de maneira que a fatia dos sedãs médios virou um nicho de mercado no  Brasil que está definhando, assim como aconteceu com os hatches. 

O Toyota Corolla tem entre 2.000 e 2.500 unidades vendidas por mês atualmente no Brasil, o que menos que as cerca de 3.000 mensais da versão SUV, o Corolla Cross, mesmo com fortes concorrentes e antes das melhorias que vai receber no ano que vem, seguindo o que foi adotado em outros países emergentes, como a Tailândia. 

Outro forte indício de que o sedã está ficando de lado e estão investindo no SUV do Corolla é a mudança na Stock Car, que a partir de 2025 trocará os tradicionais sedãs por SUVs, incluindo o modelo da Toyota. 

Por essas e outras razões, o fim da fábrica da marca japonesa em Indaiatuba pode também significar o desfecho na brilhante trajetória do sedã do Corolla fabricado no Brasil, assim como houve com o Civic, atualmente apenas importado, na versão híbrida e que teve apenas 229 unidades vendidas no primeiro bimestre de 2024, conforme os dados da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos). 

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