Marcas de luxo estão fora do Salão do Automóvel

Ferrari, Lamborghini, entre outras, confirmam ausência no maior evento de carros do Brasil. Porsche e Jaguar serão as exceções

Não será desta vez que os brasileiros poderão ver a nova LaFerrari de perto | Imagem: divulgação

O Salão do Automóvel de São Paulo, maior evento de carros do Brasil, na edição deste ano perderá parte de seu glamour e talvez um dos principais motivos que atraem o público: os carrões de luxo e superesportivos. A feira, que recebe o público entre 31 de outubro e 8 de novembro, não contará com a participação de Aston Martin, Lamborghini, Rolls-Royce, Maserati, Bentley e, para infelicidade geral dos visitantes, a Ferrari.

O Salão de São Paulo, mostra bienal, é a maior vitrine do mercado automobilístico brasileiro. Uma enxurrada de novos carros é apresentada e outros tantos lançados de fato no evento para logo em seguida irem para as ruas. Além disso, é uma grande oportunidade para os fabricantes aparecerem na mídia, com reportagens de todos os tipos e também nas redes sociais.

Para uma montadora de grande volume, como Volkswagen e Fiat, a oportunidade é ótima e os custos acabam amortizados com o retorno midiático, que é intenso durante os dias do Salão. Já as marcas mais exclusivas, apesar de toda fleuma milionária que cerca seus carros, têm certa dificuldade para bancar e fazer valer a pena expôr no evento.

Segundo fontes consultados pelo AUTOO, o preço do metro quadrado de um estande no Salão de SP custa entre R$ 350 e R$ 400, que são cobrados pela Reed Alcântara, organizadora do evento. Um estande médio pode ter cerca de 1.000 m² e custar perto de R$ 1 milhão. E esse valor paga apenas o espaço, pois há despesas ainda maiores com estrutura e pessoal para realizar a exposição.

Modelos a partir de R$ 500 mil

As marcas de luxo que confirmaram a ausência no Salão são representadas no Brasil por importadores independentes com chancelas oficiais. A única exceção é a Bentley, que tem representação oficial. A Via Itália, empresa que está à frente da Ferrari, Maserati, Lamborghini e Rolls-Royce, ficará pela segunda vez consecutiva de fora do evento. No evento de 2012, a Fiat ainda garantiu um pequeno gostinho aos fãs da Ferrari, ao trazer um modelo 458 Italia, que na época era novidade. Em comum, todas elas têm um portfólio que começa a partir de R$ 500 mil e, em alguns casos, chega a passar a marca de R$ 3 milhões.

O Grupo SHC, que representa a inglesa Aston Martin, vai concentrar seus investimentos na JAC Motors, que tem maior volume. Mas isso não significa que não haverá grandes carros de marcas tradicionais no evento.

Em contrapartida as ausências, o evento já tem presença confirmada de marcas como Porsche e Jaguar, que estão numa faixa intermediária do mercado de luxo - vendem veículos acima de R$ 500 mil, mas também modelos entre R$ 200 mil e R$ 350 mil.

Fábricas no Brasil

Se as marcas mais exclusivas estão fora do evento, Land Rover, Mercedes-Benz, BMW Audi, por venderem volumes maiores, devem compensar com diversos modelos chamativos. As quatro, aliás, tem um motivo a mais para aparecerem no Pavilhão de Exposições do Anhembi em grande estilo. Elas estão prestes a inaugurar suas fábricas no Brasil, o que deve elevar os volumes vendidos. Infelizmente, essa é uma carta que a Ferrari só pode usar em seu país natal, onde fica sua fábrica.