Peugeot completa 30 anos no Brasil; relembre trajetória da marca

Marca com forte presença regional, contando com fábricas na Argentina e em Porto Real (RJ), a Peugeot comemora 30 anos oferecendo seus veículos no Brasil.

Segundo a marca rememora, os planos para os primeiros carros da marca colocarem suas rodas no Brasil remonta ao ano de 1988, antes mesmo da abertura do mercado brasileiro aos carros importados, o que iria ocorrer apenas em maio de 1990.

De acordo com a Peugeot, em setembro de 1988 o Grupo Monteiro Aranha assinou um contrato para representar a marca no país.

A ideia, na época, era aproveitar o acordo comercial que possibilitava a importação de carros da Argentina ao Brasil, trazendo então o 505.

O sedã era produzido em Palomar pela Sevel, parceria local entre a Fiat e a Peugeot, hoje ambas integrando o portfólio da Stellantis.

Os franceses, porém, tinham planos mais audaciosos para o Brasil e queriam mais do que apenas uma representação local por um importador.

Planos audaciosos

Avançando para junho de 1990, representantes da Peugeot se reuniram com a equipe econômica do governo Collor, onde, na conversa, foram iniciadas as tratativas para a construção de uma fábrica nacional, que, segundo detalha a Peugeot, anos depois tornou-se a unidade de Porto Real (RJ).

Para concretizar sua chegada ao mercado brasileiro nos anos 1990, a Peugeot relata ter investido aproximadamente US$ 20 milhões, sendo que a matriz francesa da marca detinha 70% da operação brasileira, enquanto o Grupo Monteiro Aranha respondia pelos 30% restantes.

Com o slogan “Dirija-se ao 1º mundo”, as vendas dos primeiros Peugeot importados oficialmente ao país tiveram início em agosto de 1992.

Duas concessionárias foram inauguradas primeiramente na cidade de São Paulo, uma no bairro dos Jardins e outra no centro da cidade.

O produto de entrada da marca era o Peugeot 205 SX, equipado com motor 1.4 a gasolina (75 cv). O compacto era oriundo do Uruguai e chegava ao Brasil com redução de impostos graças ao acordo comercial vigente entre os dois países desde os anos 1980.

A versão esportiva GTI e o conversível CTI, ambos importados da França, completavam a família Peugeot 205 no Brasil.

A Peugeot relembra que, de acordo com testes feitos por jornais e revistas especializados na época, o 205 GTI acelerava de 0 a 100 km/h em menos de 9 segundos, tempo que o posicionava como o hatch mais rápido no segmento. O 205 GTI francês contava com motor 1.9 de 130 cv.

A gama inicial da Peugeot no começo dos anos 1990 no Brasil contemplava ainda o hatch pequeno 106 e o sedã grande 605 SV com seu motor 3.0 V6 de 170 cv.

Da Argentina, chegavam o sedã 505 e, posteriormente, a picape 504 com sua motorização diesel e capacidade para 1.300 quilos de carga, alcançando um bom número de vendas no país.

Crescimento

Avançando para 1993, a Peugeot já contava com 25 lojas no Brasil e oferecia produtos em todos os segmentos. Com a redução da alíquota de importação de 85% para 35% em junho do mesmo ano, a fabricante decidiu apostar em um hatch de entrada com motor 1.0.

Com isso, chegou ao país o 205 Junior, com interior forrado de tecido semelhante ao jeans. A Peugeot relata que o compacto chegava a registrar, em uso rodoviário a 90 km/h, consumo na casa de 20 km/l. Seu motor de 50 cv, salienta a empresa, foi o mesmo usado em diversas versões do 106 a partir de 1994.

Em 1998, a PSA firmou com o governo do Rio de Janeiro o acordo para a construção da fábrica em Porto Real (RJ), a qual, a partir do ano 2000, começou a produzir inicialmente o Citroën Xsara Picasso. No ano seguinte, o Peugeot 206 também passou a ser fabricado na planta fluminense.

Em 2020, a PSA, agora absorvida pela Stellantis após a fusão com a Fiat Chrysler, concluiu o investimento de R$ 220 milhões para atualizar o complexo de Porto Real e nacionalizar a plataforma CMP, uma das mais modernas do conglomerado para veículos compactos.

Atualmente a gama Peugeot comercializada no Brasil contempla os modelos 208, 2008 e 3008; os veículos comerciais Partner Rapid, Expert e Boxer e os elétricos e-208 e e-Expert.