Nem sempre a cadeirinha infantil mais cara é a melhor

Uso do dispositivo de retenção infantil reduz em até 70% o risco de morte
A partir de 2010 a Lei da Cadeirinha obriga que menores de sete anos e meio utilizem dispositivos de retenção

A partir de 2010 a Lei da Cadeirinha obriga que menores de sete anos e meio utilizem dispositivos de retenção | Imagem: Reprodução internet

A Proteste divulgou um interessante relatório sobre a avaliação de dispositivos de retenção infantil. As avaliações foram realizadas em parceria com o Latin NCAP e, desta vez, envolveu modelos de bebê-conforto destinados a ocupantes com até 13 kg.

Desde 2010, o uso de cadeirinhas para o transporte infantil no carro é obrigatório porque traz mais segurança e conforto. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a utilização da cadeirinha diminui em até 70% o risco de morte das crianças em acidentes de trânsito. Para o equipamento funcionar bem, deve estar instalado corretamente e seu tipo e tamanho precisam ser de acordo com o peso da criança. 

Nas avaliações da Proteste, além de trazer as melhores opções de cada segmento, também aponta os produtos com melhor custo-benefício. Neste teste, por exemplo, a cadeirinha Burigotto Touring Evolution foi considerada a “escolha certa” da associação. Ao optar por ela na hora da compra, em vez de a Maxi Cosi, a mais cara do teste e com avaliação um pouco menor, o consumidor deixa de desembolsar um valor bastante significativo.

A falta de segurança no impacto lateral é uma falha séria e um ponto fraco recorrente nesses produtos. No teste, os modelos receberam conceitos entre aceitável e muito ruim nesse critério. Todos permitiram o contato da cabeça do boneco usado no ensaio com a porta do veículo. Porém, os bebês-conforto Chicco, Infanti, Burigotto, Nania e Maxi Cosi apresentaram impactos menos intensos. 

Se os pais perceberem que as cadeirinhas são pequenas para suportar uma criança de 13 kg, por exemplo, o ideal é utilizá-las, no máximo, até o filho completar 9 meses de idade e, depois disso, adquirirem um outro modelo. O equipamento antigo deve continuar a ser usado até que o novo seja instalado no veículo. 

Já no teste de impacto frontal quase todas as cadeirinhas se saíram bem. A Burigotto, Chicco, Nania e Infanti se destacaram, sendo classificadas como muito boas. Elas seguem o histórico de bom nível de segurança alcançado por modelos do grupo (0+) em testes anteriores. Durante o choque, não houve um deslocamento muito grande dessas cadeirinhas, nem um esforço exagerado do boneco, em especial do pescoço. 

Em relação à facilidade de uso, a PROTESTE analisou os manuais e os procedimentos de instalação e de colocação da criança. De forma geral, os dois únicos produtos considerados fáceis de usar, que ganharam conceito bom, foram o Chicco e o Maxi Cosi. Todos os outros se mostraram aceitáveis. 

Manuais não trazem informações claras 

Os manuais de instrução deixaram muito a desejar, porque não são didáticos e pessoas inexperientes podem não conseguir instalar a cadeirinha de maneira fácil e com total segurança. Alguns livretos não são coloridos e outros não têm ilustrações, nem mostram o curso que o cinto do carro deve percorrer para a instalação. Apenas os modelos Chicco e Maxi Cosi foram considerados aceitáveis. 

É importante destacar que, para reproduzir o nível de segurança alcançado nos testes, a instalação correta é fundamental. Caso existam folgas ou o cinto do carro não passe pelos lugares corretos sem dobrar, o desempenho das cadeirinhas durante os impactos pode ser bastante prejudicado. Na instalação, os melhores resultados ficaram com os modelos Chicco e o Maxi Cosi. 

Por conta dos resultados positivos da cadeirinha Chicco, sobretudo nos testes de impacto e facilidade de uso, ela conseguiu se destacar na avaliação final, e levou nosso título de melhor do teste. A Burigotto foi a escolha certa, porque também se saiu melhor nesses dois critérios e ainda traz uma boa relação entre qualidade e preço. 

Com base nos testes periódicos com cadeirinhas para carro, a Proteste entende que as normas brasileiras sobre a segurança automotiva não são tão rigorosas quanto às vigentes em outros países. Veículos e acessórios de segurança comercializados no Brasil, em geral, são menos seguros quando comparados aos da Europa, por exemplo. 

Normas precisam ser aperfeiçoadas

Mas as normas no Brasil podem ser aperfeiçoadas com base em projetos de lei, como o de número 152/17, em tramitação no Senado. Ele tem como objetivo obrigar a realização de testes de impacto em carros de passeio comercializados no país. 

Após a associação desenvolver testes que mostraram a eficiência do dispositivo Isofix nas cadeirinhas, a obrigatoriedade do uso do sistema passou a vigorar em 2018 para modelos novos fabricados no país. A partir de 2020, essa medida vale para qualquer veículo vendido no mercado brasileiro, de acordo com regulamento do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) de 2015. 

O Isofix é um sistema de fixação de cadeirinhas infantis em dois pontos do banco traseiro dos carros, que garante mais segurança do que prendê-las usando o cinto do carro. O mecanismo ancora a cadeirinha na estrutura do veículo e reduz danos em caso de batidas. Com isso, a criança estaria mais segura porque a forma de fixar é mais eficiente e mais simples. Para mais informações, a Proteste oferece uma área especial em seu site.   

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