Teste: Chevrolet S10 Midnight 2019

A Chevrolet S10 foi a picape escolhida para estrear a versão Midnight no Brasil. A picape estreou no ano passado, em abril, custando a R$ 166.690 e hoje, um ano depois, já tem preço na casa dos R$ 175.590. Além do aspecto diferenciado, com acabamento "todo preto" como a marca caracteriza, essa versão também tem a missão de se encaixar entre as mais potentes da gama S10, trazendo com ela um motor turbodiesel. E essa versão é a escolhida para nosso teste de hoje.

A gama de versões com cabine dupla da picape da GM começa com a versão Advantage com motor 2.5 flex de 206 cv custando R$ 107.690. Mas, para compararmos as versões com propulsor diesel, a unidade mais em conta é a LT com câmbio automático, que custa R$ 168.990 (a manual parte de R$ 163.290). E é justamente entre a versão LT automática e a LTZ (R$ 285.990) que a Midnight se encaixa.

Aparência

A S10 Midnight é inconfundível. Com sua pintura preta metálica Ouro Negro é bonita de vê-la no sol e também à noite, um brilho que nos remete à pérola negra. Sua presença é arrebatadora mesmo perto de picapes mais interessantes, como a VW Amarok V6, por exemplo. As rodas escurecidas são de 18 polegadas, o que lhe dá uma vantagem frente à S10 LT, que sai de fábrica com rodas aro 16".

A grade frontal também recebeu apliques pretos, dando aparência esportiva, com logo escurecido tanto na frente quanto na tampa da caçamba. O Santo Antônio é exclusivo, acompanhado de protetor lateral para a área de carga, e é o mesmo da versão High Country, a topo de linha, que custa R$ 191.990. Só esses itens já dão um aspecto totalmente diferente para a picape, deixando o modelo muito mais atraente até quando comparado com a unidade LTZ. Por fora as colunas recebem aplique escuro para completar o visual Midnight.

Pode dentro, o teto é na cor preta, deixando a cabine mais aconchegante e há acabamento preto brilhante no painel. O logo "Midnight" aparece na porta, próximo da alavanca para abrir e o tecido do banco é diferente da versão LT (Jet Black). O acabamento poderia ser melhor, incluindo bancos de couro na lista de equipamentos de série, e é necessário ter maior esmero com o encaixe das peças. As luzes de conveniência se soltaram do teto enquanto eu tentava descobrir para quê servia a presilha do objeto.

Equipamentos

Entre os itens de segurança e conforto estão o controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, direção elétrica progressiva, faróis e lanternas de neblina, sensor de estacionamento, piloto automático e multimídia MyLink compatível com Android Auto e Apple Car Play, além de OnStar, o serviço de concierge da Chevrolet.

O sensor de estacionamento é extremamente importante, uma vez que o carro possui 5,36 metros de comprimento e não há câmera de ré. E por falar em dimensões, a Midnight tem as mesmas medidas das demais versões: 1,87 m de largura, 1,78 m de altura e 3,09 m de entre-eixos. A caçamba é capaz de suportar até 1.061 litros de bagagem ou carregar até 1.134 kg.

Desempenho

Segundo a Chevrolet, a picape consegue fazer a prova de 0 a 100 km/h em apenas 10,3 segundos, atingindo a velocidade máxima de 180 km/h. O consumo na cidade é de 8,7 km/l e 10,6 km/l na estrada. Em rodovia, a autonomia ultrapassa os 800 quilômetros graças ao tanque de 76 litros.

O propulsor 2.8 turbodiesel, com quatro cilindros, gera 200 cv de potência a 3.600 rpm e 51 kgfm de torque a 2.000 rpm. Ele é casado com um câmbio automático de seis velocidades que trabalha em conjunto com a tração 4x4, que pode ser alta ou reduzida, mas não tem bloqueio do diferencial.

O comportamento da picape na cidade é agradável. Apesar da suspensão com feixe de mola e eixo rígido na parte de trás, sistema convencional e adota por grande parte das picapes médias, a S10 consegue entregar um rodar um pouco mais suave do que uma Toyota Hilux, por exemplo. Quem deseja mais conforto sem abrir mão da motorização diesel, tem na Fiat Toro uma opção, uma vez que o modelo de menor porte conta com suspensão traseira multibraço, portanto uma disposição bem mais sofisticada. Andando com a S10 sem nenhuma carga na caçamba e com poucos passageiros a bordo, é possível sentir a caçamba balançando muito, reverberando na parte dianteira e, consequentemente, na cabine. Falta um pouco de capricho, mas a S10 que encontramos atualmente nas revendas está, certamente, mais confortável que as primeiras unidades do modelo já com a nova plataforma vendidas desde 2012. 

A direção elétrica é ótima para fazer manobras, principalmente nas cidades onde os espaços, principalmente para carros com mais de 5 metros de comprimento, são raros e difíceis de estacionar.

O câmbio trabalha sempre na melhor faixa de torque, proporcionando bom desempenho e mantendo a rotação baixa para que o som do motor diesel não atrapalhe a conversa de quem está no habitáculo. Mas quando pisamos fundo no pedal da direita, a transmissão é ágil ao reduzir as marchas, fazendo o veículo arrancar rapidamente. Quanto ao motor diesel não há reclamações.

O espaço interno também é ótimo, proporcionando conforto para todos se acomodarem com folga. Há bastante espaço para os ombros e pernas na parte de trás. Os tapetes são de borracha, o que facilita a limpeza.

Vale a pena colocar uma S10 Midnight na garagem? Comparando com a LT, com certeza. Ela vem mais equipada, com visual exclusivo, que pode não agradar a todos os consumidores, mas que certamente chama bastante atenção por onde passa. Por uma diferença de R$ 6.600 é preferível ter um carro mais bonito e que fuja dos padrões. 

Ficha técnica