Análise: faz sentido a Fiat voltar a ter um sedã médio no Brasil?

Rumor começou a circular nas mídias sociais nesta semana
Sugestão de Kleber Silva para o que poderia ser um sedã médio moderno da Fiat

Sugestão de Kleber Silva para o que poderia ser um sedã médio moderno da Fiat | Imagem: Kleber Silva/KDesign AG

Nesta semana um rumor começou a circular em alguns perfis nas mídias sociais aventando a possibilidade de a Fiat voltar a oferecer um sedã médio no Brasil, segmento no qual a marca italiana já atuou com o Marea e o Linea em um passado não tão distante. 

Mas será que tal movimentação ainda faria sentido no atual contexto do mercado? 

Segundo apuramos, os boatos sobre um eventual sedã médio inédito por parte da Fiat são completamente infundados – e não faltam motivos para isso. 

Em um breve retrospecto, vale começarmos nossa análise destacando o avassalador efeito que os SUVs causaram em diferentes categorias automotivas, em especial nos sedãs de porte médio a grande entre as marcas generalistas. 

Aqui no Brasil, por exemplo, modelos como os Ford Focus Fastback e Fusion deram adeus ao mercado por conta da baixa procura. O sedã médio-grande, inclusive, foi descontinuado até mesmo nos EUA. 

O Volkswagen Jetta, por sua vez, continua vivo no Brasil apenas graças ao seu catálogo esportivo GLI, o qual atua em um nicho de mercado bastante particular. O VW Passat, outrora rival do Ford Fusion, também se aposentou após 8 gerações e quase 50 anos de história.    

Voltando aos médios, o Honda Civic sofreu um forte abalo nos emplacamentos ao longo dos últimos anos, o que motivou a marca japonesa a encerrar sua produção no Brasil e adotar novas estratégias. O modelo retornará ao Brasil agora importado, ainda neste ano, porém em versão única com propulsão híbrida e também posicionado como um veículo de nicho. 

Fiat Linea 2016
Fiat Linea: último sedã de maior porte produzido pela marca no Brasil
Imagem: Divulgação

Por enquanto, apenas Toyota Corolla e Chevrolet Cruze seguem resistindo bravamente como as duas opções para quem deseja um sedã médio de maior volume, apesar de registrarem quedas sensíveis nos emplacamentos ao longo dos últimos anos. 

No caso do Corolla, que sempre foi uma referência na categoria, foi possível notar uma clara migração dos consumidores para o Corolla Cross quando o SUV intermediário da Toyota chegou ao mercado. 

Considerando o enorme investimento de tempo e dinheiro necessário para o desenvolvimento de um novo automóvel, parece pouco provável que uma marca como a Fiat dedique suas atividades a tal investida. 

Outro ponto importante é analisar uma movimentação que está ganhando força entre diversas fabricantes, no caso a substituição de sedãs de maior porte por crossovers robustos, capazes de preservar atributos vinculados aos três volumes convencionais, como a qualidade de rodar superior e o alto conforto a bordo. 

Podemos citar como bons exemplos dessa tendência veículos recém-apresentados, tais como o Peugeot 408, o Citroën C5 X, entre outros. 

Portanto, trazendo essa realidade para a gama Fiat, faz muito mais sentido a marca ter empregado seus esforços no desenvolvimento do Fastback – como de fato foi feito – do que investir seus recursos em um sedã médio tradicional.  

Com estreia já anunciada para o dia 14 de setembro, o Fastback certamente será uma interessante adição na gama Fiat, sendo este sim um produto muito mais competitivo.

Projeção de Kleber Silva para o que poderia ser um sedã médio atual da Fiat
Projeção de Kleber Silva para o que poderia ser um sedã médio atual da Fiat
Imagem: Kleber Silva/KDesign AG
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