Boa compra: direção hidráulica ou elétrica, qual é melhor?
Ambos os sistemas têm por objetivo ajudar o motorista a seguir a lei do menor esforço
Antigamente, quem tinha carro precisava ter braço para fazer as manobras ou estacionar nas vagas mais apertadas, visto que a direção hidráulica era acessório para poucos. No entanto, no começo dos anos 90, as montadoras passaram a equipar até mesmo os modelos mais simples com o recurso de conforto.
Já no começo dos anos 2000, a direção elétrica começou a se popularizar, facilitando ainda mais a vida do motorista, tamanho é o esforço para girar o volante: com apenas o indicador você consegue esterçar, sem o menor problema.
Mas, afinal, por trás desses dois mecanismos de direção assistida, qual é o melhor?
Direção hidráulica
Este modelo é o mais antigo e conhecido de direção com assistência. A título de curiosidade, no Brasil coube ao Ford Galaxie, em 1967, incorporá-lo de série.
De acordo com o engenheiro da SAE Brasil, Thiago Bastos, o tipo hidráulico funciona por meio de uma tubulação pressurizada com óleo que o envia - com a ajuda de uma bomba, impulsionada pela correia ligada ao motor - para dentro da caixa de direção, reduzindo assim o esforço do motorista ao girar o volante.
“Se por um lado os sistemas hidráulicos são bastante robustos pela maturidade do conceito, por outro, demandam manutenção e envolvem fluidos que precisam ser considerados em relação ao impacto ao meio-ambiente”, explica Bastos.
Outro ponto que vale a pena destacar é que como o recurso depende da força do motor, a direção hidráulica acaba “roubando” a potência, em torno de 3 a 4 cv, mas nada que influencie diretamente em carros mais potentes. A vantagem é que o dispositivo reduz o esforço do motorista em até 80%, conforme o modelo do veículo.
Direção elétrica
Ao contrário da hidráulica, a direção elétrica teve um início de carreira não tão promissor. No Brasil, o primeiro carro com o equipamento foi o hatch médio Fiat Stilo, em 2003, seguido pelo primeiro Citroën C3 anos depois.
Os dois modelos, no entanto, possuíam equipamentos que deixavam a desejar na precisão e no correto balanceamento do esforço necessário para mover o volante. Essa sensação artificial acabou desaparecendo nos anos deguintes, à medida que a tecnologia evoluiu.
O conceito usa um motor elétrico ligado à caixa ou à coluna de direção e traz como vantagens a manutenção mais simples, pois dispensa uso de óleo, bomba, correia e mangueira, itens presentes no tipo hidráulico.
Durante a partida no motor, o volante manda sinal para o módulo eletrônico que ativa o motor elétrico, auxiliando no movimento do volante, conforme a situação a qual é demandada. Na prática, o sistema reduz ainda mais o esforço do motorista em relação à direção hidráulica e não “tira” a potência, já que não depende do motor.
Nesse segmento, há ainda a variante elétrica variável, que pode ficar mais firme ou mais leve, dependendo das condições de tráfego e velocidade.
Segundo o engenheiro da SAE Brasil, além da manutenção mais simplificada, o tipo elétrico ainda permite funções mais avançadas como controle de faixa na pista de rodagem, correção de curso do veículo em situações de risco, calibração da sensação da direção (aumentando ou diminuindo esforço e quantidade de giros no volante para manobra necessária), entre outros.
Qual é melhor?
Com o amadurecimento dos sistemas, a direção elétrica passou a ser a escolha mais vantajosa para o motorista, unindo conforto com facilidade de manutenção, aliada à um baixo impacto ambiental.