Carro mais vendido dos EUA, Camry muda de personalidade

Toyota decide promover reestilização pesada no sedã para deixá-lo mais ousado

Toyota Camry 2015 | Imagem: Divulgação

A Toyota criou coragem. A fabricante japonesa, conhecida pelos passos lentos porém seguros, resolveu ousar em seus novos modelos. O Corolla foi o primeiro e nunca pareceu tão abusado. Mas nada se compara ao novo Camry, que deixou o paletó em casa para vestir o ‘macacão de corrida’.

Tudo encenação, é verdade – o sedã continuará sendo um carro que preza o conforto, mas a aparência não passará despercebida. Mas por que a Toyota decidiu mexer – e bem – numa receita consagrada?

O Camry nada mais é que o automóvel mais vendido dos Estados Unidos e ocupa as primeiras posições há vários anos. O mais interessante é que o modelo 2015 nem é uma nova geração, mas uma profunda revisão do projeto de 2011 que teve nada menos que 2 mil peças trocadas.

Bocas para todos os gostos

Revelado nesta quarta-feira, 16, no Salão de Nova York, o Camry exibe uma enorme ‘boca’ que praticamente desapareceu com o que se convém chamar de para-choque. Versão esportiva? Não, mesmo o pacato cliente da versão normal também tomará um susto pela manhã ao abrir o portão da garagem. A diferença é que o Camry XLE tem frisos horizontais enquanto o XSE, grade em colméia.

Impressiona mais ver a lateral do carro modificada, o que é raro em facelift. A Toyota acrescentou uma janela extra atrás da porta traseira e criou um vinco diagonal que aumentou a sensação de largura do sedã.

O interior continua a ser o ponto fraco de muitos carros da Toyota e com o Camry não é diferente. O que está sobrando de criatividade do lado de fora falta ao bolar um painel mais envolvente e cativante. É uma pena porque passamos mais tempo olhando o carro por dentro do que por fora.

Veja também: avaliação do Toyota Camry

Se não inventou moda, como no Corolla, a montadora fez apenas o convencional no Camry: console retangular, materiais simples e o indefectível acabamento em madeira. Há muitos comandos satélite no volante, mas o piloto automático continua numa alavanca fora da visão.

E, tal qual o irmão menor, o Camry continua utilizando os mesmos motores V6 de antes, um 2.5 litros e um 3.5 litros, além da versão híbrida – a transmissão segue automática com seis velocidades.

Longe do Brasil

Para a Toyota, o Camry americano já não é mais a referência de estilo procurada pelos brasileiros. Por isso aqui temos o europeu, de linhas sóbrias e vendas idem. Como vende pouco, custa bastante e mudou há apenas dois anos, o Camry deve permanecer o mesmo por mais algum tempo. E sem sustos, como nos Estados Unidos.